Por SEEB-RO
Publicada em 29/07/2020 às 14h55
O município de Ariquemes é, desde o início da pandemia do novo coronavírus, o segundo em número de casos confirmados de covid-19em Rondônia, ficando atrás apenas de Porto Velho, e o que acontece na agência do Banco do Brasil que atende aquela população segue o mesmo ritmo observado nas agências da capital: um alto número de bancários e terceirizados contaminados, com um agravante de um insistente desrespeito por parte do banco com os procedimentos de segurança e, principalmente, às decisões judiciais.
E este revoltante cenário se constata com os seis casos já confirmados de trabalhadores com covid-19 e, mais recentemente, dois bancários apresentando sintomas da doença, e mesmo assim a rotina daquela unidade é de muita aglomeração diária, com o autoatendimento (área dos caixas eletrônicos) superlotado e até mesmo o atendimento aos chamados serviços essenciais com uma demanda acima do que é recomendado nesse período de pandemia.
A agência de Ariquemes atualmente passa por uma obra de reforma, e sua capacidade normal seria de aproximadamente 60 pessoas em todo o prédio, que é de dois pisos. No entanto, como o piso superior está em obras, fechado e isolado, a presença de pessoas se concentra ainda mais no piso inferior, causando maior aglomeração, sendo que só o número de bancários trabalhando já é de 15, e com a soma de clientes e usuários, o espaço fica totalmente tomado por pessoas e o espaço de 1 metro e meio entre cada pessoa (explícito nas recomendações de proteção) fica impossível de ser respeitado.
“O Banco do Brasil lidera o ranking das instituições financeiras em Rondônia com o maior número de casos confirmados de covid-19 entre seus trabalhadores, e mesmo com as liminares obtidas pelo Sindicato, que obrigam o banco a permitir o acesso de pessoas de forma controlada, autorizando-se a entrada de um cliente por vez, o que se vê naquela - e em outras agências – é um completo caos, um cenário de como se nada estivesse acontecendo. Ou seja, é um total desrespeito com as recomendações das autoridades sanitárias e às determinações judiciais, que colocam em risco, diariamente, a saúde e a vida de empregados, clientes e usuários”, mencionou José Pinheiro, presidente do Sindicato dos Bancários e Trabalhadores do Ramo Financeiro de Rondônia (SEEB-RO), que já acionou a Superintendência do BB em Rondônia cobrando providências.
“O superintendente em exercício, Paulo Vagner, disse que vai verificar a situação junto com a gerente geral daquela agência, com a possibilidade de promover o rodízio entre os empregados. Mas o que queremos é atitudee não apenas promessas. Que as liminares judiciais, com força de mandato, sejam respeitadas e cumpridas, pois é uma ordem judicial e o banco tem obrigação de fazer, sob pena, em caso de descumprimento, em multa em valores que vão de 1 mil a R$ 100 mil por dia, além de possível cometimento de crime previsto no art. 268 do Código Penal, e de crime de desobediência à ordem judicial”, acrescentou o dirigente.