Por Rondoniadinamica
Publicada em 11/07/2020 às 09h24
Porto Velho, RO – Durante esta semana, o senador da República Marcos Rogério, do DEM, direcionou os canhões retóricos ao Palácio Rio Madeira a fim de acertar em cheio o governador Coronel Marcos Rocha – ainda sem partido.
A ofensiva verbal soou como incômodo inconsciente às críticas lançadas pelo pastor Silas Malafaia contra ele; como não tem o mesmo peito para revidar em proporção idêntica a quem de fato deveria, precisou buscar um terceiro alheio à turra, claro, em quem pudesse descontar a frustração sem receber enxovalhos a mil de volta.
Encontrou, como dito, Marcos Rocha.
E um Marcos Rocha resignado, que merece, sim, todas as saraivadas advindas não só dos componentes eleitos por Rondônia à Câmara e ao Senado Federal, mas também e principalmente as patrocinadas por representantes da Assembleia Legislativa (ALE/RO).
Aquartelado, isolado, ou em lockdown, como sugeriu o demista ao achincalhá-lo publicamente, posição reforçada pelo ex-colega de legenda, o Coronel Chrisóstomo (PSL), inclusive, Rocha lava as mãos e vê a tal da “nova política” prometida lá em 2018 naufragar junto ao seu resquício malfadado de gestão.
Se havia dúvidas acerca de sua competência como chefe do Executivo estadual, esta fora esclarecida cem por cento justamente por conta dos avanços do novo Coronavírus (COVID-19/SARS-CoV-2) no estado.
Em suma, quando o militar assumiu as rédeas da Administração Pública sua principal preocupação foi resolver a própria vida, arrumando funções para esposa e até à ex-mulher, deixando a população de lado, a despeito de ter prometido mundos e fundos.
Além de não ter enxugado a máquina pública como prometera durante a campanha que o alçou ao comando do Estado, Rocha, vaidoso, orgulhoso, escondido em sua Torre de Marfim, abdicou, ainda de acordo com Marcos Rogério, de receber R$ 30 milhões para o combate ao Coronavírus na Capital.
Porto Velho é, para todos os efeitos, o epicentro do vírus em Rondônia, onde ocorre o maior número de mortes e o local em que incide também a maioria enferma. Enquanto este editorial é escrito, por exemplo, o secretário de Saúde (Sesau/RO) Fernando Máximo está na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) por causa da doença; o deputado Jean de Oliveira, do MDB, foi para São Paulo justamente por conta da mesmíssima situação. O irmão dele, Márcio Oliveira, vereador de Porto Velho e também emedebista, idem.
Mencionar os arquétipos conhecidos só ilustra o tamanho da tragédia – imagine a quantidade de gente anônima –, que se abateu sobre o rondoniense tanto por conta do vírus quanto porque falta um governador fora do papel.
Paralelamente a tudo isso, ainda há a gastança desenfreada praticada sob pretexto da Calamidade Pública instituída via Decreto cujos dispêndios são investigados um a um através da Força-Tarefa COVID-19 do Ministério Público (MP/RO).
“Bem-intencionado”, sim, entre aspas, a gestão Marcos Rocha vai “torrando” dinheiro público como se não houvesse amanhã, sem vislumbrar Rondônia num panorama pós-Coronavírus.
E é isso o que acontece quando se tem um gestor isolado e avesso à realidade.