Por Rondoniadinamica
Publicada em 20/07/2020 às 10h00
Porto Velho, RO – O governador Coronel Marcos Rocha, sem partido, aproveitou o último domingo (19) para bajular o clã Bolsonaro.
Numa veiculação realizada em sua página oficial no Facebook, o chefe do Executivo marcou personalidades completamente fora do contexto regional. São eles: os três filhos do presidente na política, ou seja, Carlos, Flávio e Eduardo, além do ministro Ricardo Salles, as deputadas federais Bia Kicis e Carla Zambelli, e o próprio presidente da República Jair Bolsonaro.
Ele anunciou que enquanto sua esposa, Luana Rocha, primeira-dama do Estado e titular da Secretária de Assistência Social (Seas/RO) e seus filhos estão com Coronavírus, e ele próprio precisa manter o resguardo doméstico junto com eles, a adjunta, Liana Silva de Almeida Lima e Etelvina da Costa Rocha, ex-secretária de Justiça (Sejus/RO), representaram o casal em Brasília num ato pró-Jair Bolsonaro.
A manifestação, aliás, também abrangeu críticas ao Supremo Tribunal Federal (STF), ao Congresso Nacional, e, ainda, aos governos estaduais pelas quarentenas, fechamento dos comércios e não apoio ao uso da Cloroquina ao tratamento da COVID-19 –, como defende Bolsonaro desde o início da pandemia. E isto, levando em conta que na última sexta-feira (17), a Sociedade Brasileira de Infectologia considerou "urgente e necessário" que a hidroxicloroquina "seja abandonada no tratamento de qualquer fase da COVID-19”.
Diz ainda o site da CNN Brasil: “Também recomenda que o dinheiro público não seja gasto "em tratamentos que são comprovadamente ineficazes e que podem causar efeitos colaterais" e que as verbas disponíveis sejam aplicadas em equipamentos, em instalações hospitalares e em medicamentos "eficazes e seguros".
Marcos Rocha usa Facebook e servidores do Estado para bajular clã Bolsonaro e protestar até contra ele mesmo / Divulgação
A participação das representantes do Estado na manifestação soa como “tiro no pé”. Porque o próprio governador Coronel Marcos Rocha determinou o fechamento do comércio, especialmente na fase em que denominou como “isolamento restritivo”, onde os cidadãos tinham, inclusive, de portar documento específico para circular nas ruas.
O Palácio Rio Madeira chegou a anunciar a medida como “lockdown”, entretanto, como de praxe, ao compreender que a utilização do termo desagradaria o presidente Bolsonaro, a gestão Rocha voltou atrás nomeando o trancamento como “isolamento restritivo”.
Lembrando que, com a titular da Seas/RO enferma e a adjunta em Brasília num ato completamente avesso a Rondônia, a pasta ficou sem representatividade.
Em reportagem, o jornal eletrônico Rondônia Dinâmica já havia destrinchado o fato abordando ação em trâmite no Tribunal de Contas (TCE/RO).
A ação, movida por instituições coletivas, aborda a questão da inanição do organismo de governo na luta contra a pandemia, ausência de políticas públicas efetivas e “inchaço” de gastos com pessoal. De acordo com os autos, Luana Rocha já “torrou” mais de R$ 8 milhões só com comissionados.
A última movimentação relacionada ao processo fora a distribuição dos autos às mãos do novo relator Omar Pires Dias.
Sem ter o que mostrar de maneira efetiva e gastando aos montes, a gestão Coronel Marcos Rocha regressa às origens quando como durante as eleições de 2018, ainda na condição de candidato, atrelava-se ao nome de Jair Bolsonaro em vez de lançar propostas ou anunciar medidas.