Por AFP
Publicada em 11/07/2020 às 09h11
O Facebook anunciou nesta sexta-feira (10) a proibição de conteúdos que promovam a "terapia de conversão", baseada na teoria infundada de que os homossexuais possam mudar sua orientação sexual por meio de uma intervenção psicológica ou espiritual.
O Facebook e sua rede social Instagram estão atualizando políticas para exigir a remoção de conteúdo que promove diretamente o que seria a "terapia de conversão", segundo afirmou a empresa.
A medida é uma extensão de uma proibição já existente em relação aos anúncios que promovam esse tipo de terapia, que os médicos consideram ineficazes e frequentemente prejudiciais.
"Não permitimos ataques contra pessoas com base em sua orientação sexual ou identidade de gênero, e estamos atualizando nossas políticas para proibir a promoção de serviços de terapia de conversão", comentou um porta-voz do Facebook em resposta a questionamentos feitos pela AFP.
"Estamos sempre revisando nossas políticas e continuaremos a consultar especialistas e pessoas com experiências individuais" sobre o assunto, acrescentou.
As "intervenções" da terapia de conversão incluem choque elétrico, privação de alimentos e náusea induzida quimicamente, observou a American Medical Association (AMA) em relatório.
Evidências empíricas mostram que a orientação sexual e de gênero nas pessoas variam de forma natural, e que a "conversão" é um equívoco, acrescentou.
Os "esforços para a mudança da orientação sexual" de uma pessoa não apenas não funcionam, mas podem causar um sofrimento significativo, ressaltou a AMA, citando um estudo mostrando que esse tratamento gera depressão, ansiedade, alienação e outros efeitos negativos.
Outro estudo citado pela AMA descobriu que quase 30% das pessoas submetidas à terapia de conversão relataram tentativas de suicídio.