Por G1
Publicada em 08/07/2020 às 16h26
O Facebook anunciou nesta quarta-feira (8) a remoção de uma rede de contas e páginas, tanto na rede social quanto no Instagram, ligadas ao Partido Social Liberal (PSL) e a gabinetes da família Bolsonaro. Segundo a empresa, essas contas estavam envolvidas com comportamento inautêntico no Brasil.
Mesmo com os responsáveis tentando ocultar suas identidades, as investigações da rede social encontraram ligações de pessoas associadas ao PSL e a alguns dos funcionários nos gabinetes do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), do senador Flávio Bolsonaro (Republicanos -RJ), do presidente Jair Bolsonaro, e também de Anderson Moraes e Alana Passos, ambos deputados estaduais pelo PSL no Rio de Janeiro.
O G1 procurou as assessorias dos parlamentares e a Secretaria Especial de Comunicação Social do governo federal e não teve retorno até a última atualização desta reportagem.
Alguns dos conteúdos publicados por essa rede foram removidos automaticamente pelo Facebook por terem violado a política interna da rede social, inclusive por discurso de ódio.
Segundo a rede social, o grupo usava uma combinação de contas duplicadas e contas falsas para evitar a aplicação de políticas da plataforma. As contas removidas não foram divulgadas, mas, na imagem usada como exemplo dos conteúdos divulgados, é possível ver as páginas "Jogo Político" e "Bolsonaro News" no Facebook.
O Facebook afirmou que chegou ao grupo a partir de notícias na imprensa e por meio de referências durante audiência no Congresso brasileiro.
Veja o que foi removido:
Foram apagadas 35 contas, 14 Páginas e 1 Grupo no Facebook, além de 38 contas no Instagram;
Cerca de 883 mil pessoas seguiam uma ou mais dessas páginas no Facebook;
Em torno de 917 mil seguiam contas do grupo no Instagram;
O grupo removido reunia cerca de 350 pessoas;
Foram gastos US$ 1,5 mil em anúncios por essas páginas, pagos em real.
Segundo a empresa, os conteúdos publicados eram sobre notícias e eventos locais, incluindo política e eleições, meme políticos, críticas à oposição, organizações de mídia e jornalistas, e também sobre a pandemia de coronavírus.
"A atividade incluiu a criação de pessoas fictícias fingindo ser repórteres, publicação de conteúdo e gerenciamento de Páginas fingindo ser veículos de notícias", disse o Facebook em comunicado.