Por Poder 360
Publicada em 20/07/2020 às 09h47
Alberto Fernández, presidente da Argentina, disse em entrevista ao Financial Times, publicada neste domingo (19.jul.2020), que o país está no limite. Ele apelou que o mundo aceite que não é possível mudar a proposta final de reestruturação da dívida externa, de US$ 65 bilhões.
A economia da Argentina já enfrentava dificuldades antes da pandemia causada pelo novo coronavírus. O país tem empréstimos de US$ 323 bilhões e está em moratória desde abril. O prazo para o pagamento foi estendido pela 5ª vez em junho de 2020.
Fernández afirmou que, mesmo que os credores não aceitem a proposta de 53 centavos por dólar, “não haverá outra oferta”. Para ele, “qualquer coisa mais colocaria em risco nossa capacidade [de pagar as dívidas] e não quero enganar ninguém”.
“Esperamos que o mundo nos entenda. Não viemos aqui para brigar com os credores. Viemos para resolver um problema que não criamos”, disse o presidente argentino, referindo-se ao governo de seu antecessor, Mauricio Macri.
Fernández aproveitou a entrevista para acalmar quem vê com preocupação uma possível interferência nos bastidores da ex-presidente Cristina Kirchner, vice de Fernández. “Somos amigos, nos damos bem, conhecemos 1 ao outro há muito tempo. Não somos necessariamente parecidos, mas nossas diferenças não nos dividem. Pelo contrário, percebemos 1 tempo atrás que o distanciamento facilitou nossa derrota nas eleições presidenciais de 2015. Se eu converso com Cristina? Sim. Se eu me importo com as ideias dela? Claro que sim. Mas quem toma as decisões aqui sou eu”, disse o presidente da Argentina.