Por Rondoniadinamica
Publicada em 20/07/2020 às 11h48
Porto Velho, RO – O governador Coronel Marcos Rocha, sem partido, inventou uma maneira criativa e institucional a fim de dar eco às suas investidas contra a imprensa.
Ele tem usado a Superintendência Estadual de Comunicação (Secom/RO) para imprimir a chancela de “falso” aos conteúdos que desagradam a gestão, dando a impressão de agir como agência independente de verificação dos dados veiculados pela imprensa regional. Não é. A ferramenta, no caso, é tão enganosa quanto muitas das declarações que Rocha vem apresentando desde 2018.
Em 2018 ainda na condição de candidato, o militar chegou a plagiar quase integralmente o Plano de Governo do PSDB usado por Aécio Neves nas eleições de dois anos antes; também naquela época, contou uma história duvidosa sobre propineiros que teriam lhe oferecido dinheiro várias vezes a fim de obterem vantagens ilícitas.
Questionado sobre o porquê de não ter dado voz de prisão aos supostos bandidos, já que Rocha é policial militar e teria a obrigação de fazê-lo, criou a “pérola”: “Eu estava com o pé operado, às vezes acontece”. Ele, que diz ser contra a corrupção, jamais deu os nomes dessas pessoas.
Rondônia Dinâmica abordou o assunto e fora processado pelo atual mandatário do Palácio Rio Madeira à ocasião, que, por sua vez, perdeu a ação, prevalecendo as liberdades constitucionais de expressão e imprensa.
Além de plagiar o Plano de Governo do PSDB e dar vida ao jocoso enredo do “pé operado”, já na condição de governante do Estado sobressaíram-se os fatos da censura aos livros didáticos intentada pelo secretário de Educação (Sesau/RO) Suamy Vivecananda Lacerda Abreu, que, por sua vez, mentiu ao chamar a situação de “fake news”, pois era verdadeira no fim das contas, embora ele tenha delegado a responsabilidade a terceiros.
A despeito de enveredar esforços no sentido de minimizar a situação, o titular da Seduc/RO não convenceu a sociedade nem a imprensa nacional.
Por fim, para terminar de ilustrar a gana do governador em tachar os órgãos independentes como mentirosos, sendo que, no fim das contas, é uma característica recorrente em suas próprias falas e ações, há outro dado incontestável.
De janeiro de 2019 a fevereiro de 2020, Marcos Rocha promoveu uma gastança desenfreada em diárias. Foram mais de R$ 100 mil em dinheiro público bancando suas viagens, incluindo, entre elas, a participação no Fórum Permanentes de Artes Marciais.
Numa live, adivinhe só: ele chamou a informação de fake news. Não contava que, em seguida, haveria, aí sim, uma checagem independente, esta realizada pelo grupo Aruana, que, de acordo com a página no site institucional da Universidade Federal de Rondônia (UNIR), é: "[...] Iniciativa Aruana de Checagem de Fatos está ligada à Baladeira, Agência Experimental de Comunicação, que por sua vez é vinculada ao curso de Jornalismo da Universidade Federal de Rondônia, no seu campus de Porto Velho".
Em decorrência disso, foi denominado em editorial veiculado pelo Rondônia Dinâmica como faixa-preta em gastar dinheiro público.
Nesta segunda-feira (20), no Instagram oficial do Governo de Rondônia (@governoro), a trupe de Rocha voltou as baterias contra o Rondônia Dinâmica, alegando, em suma, que a reportagem sobre a indenização do caso Nicolas Naitz seria falsa.
A reportagem reitera os fatos divulgados anteriormente e, mais ainda, volta a veicular a decisão do juiz de Direito Edenir Sebastião Albuquerque da Rosa, da 2ª Vara da Fazenda Pública de Porto Velho, membro do Tribunal de Justiça (TJ/RO), na íntegra.
Contra mentiras, inclusive as institucionais lançadas por quem já tem histórico - conforme exposto acima -, dados, referências, documentos, enfim, jornalismo.
VEJA A DECISÃO: