Por José Luiz Alves
Publicada em 31/07/2020 às 08h50
Paternalismo não resolverá crise, a solução vem do campo
A crise econômica e social é forte e profunda, com raízes fincadas no paternalismo oficial desde os tempos do Brasil colônia, aos dias atuais com os sucessivos governantes, pressionados pelo Congresso Nacional oferecendo como paliativos “bolsa disso bolsas daquilo” como se esses penduricalhos na prática resolvesse a questão da fome, educação, saúde e geração de emprego. Na crise que vivenciamos provocada pelo coronavirus, surgiram centenas de funcionários públicos sem compostura que se aliaram à delinqüentes de alta periculosidade, formando uma verdadeira corrente prá frente metendo a mão na cumbuca.
Não precisa ser economista, sociólogo, vidente ou coisa parecida para entender que se o governo usasse a metade dessa dinheirama distribuída, a torto e direito, justiça se seja dita, sem critério, não existiriam milhares de fraudes e desvios. Todavia se tivesses colocado esses recursos a serviço dos pequenos e médios produtores rurais, com juros módicos e menos burocracia para a produção de “bóia”, o resultado com certeza absoluta seria outro. No tempo certo o agricultor estaria quitando seus compromissos junto às instituições financeiras e a mola da economia girando.
Desde os primórdios da humanidade, as crises foram solucionadas com trabalho no campo e geração de alimentos, paternalismo a custa do sacrifício de quem produz nunca levou a lugar algum. Para uma Nação conhecida e respeitada como grande produtora de alimentos, exportando soja, milho, carne e café, quando os veículos de comunicação mostram as imensas filas de homens e mulheres disputando espaços para receber um deprimente auxílio “emergencial” revelam que algo caminha na contra mão.
O paternalismo colocado em prática pelo auxilio “emergencial” faz lembrar uma celebre frase então líder do governo de Luiz Inácio Lula Silva, o petista, José Genuíno ao defender a conhecida “Bolsa Família”. Disse o então líder governista, “o aumento no consumo de pinga nas favelas e periferia nas grandes cidades é fruto da Bolsa Família”. De acordo com ele “cada beneficiário passou a consumir mais dois litros por mês de aguardente aumentando a produção a produção nas indústrias”. Por analogia, pode-se concluir que muitas festinhas e farras em botecos, não só em Porto Velho, mas por todo este Brasil velho sem porteira, são patrocinadas pelos auxílios “emergenciais” concedidos pelo governo a custa dos tributos recolhidos pelo contribuinte.
Os auxílios “emergenciais” de um jeito ou de outro caminham para o destino final. Quando os cofres do governo estiverem vazios, o que restará para os milhares de beneficiários que de uma maneira ou de outra ainda estão sobrevivendo com esse tipo de ajuda? Outra vez retornamos ao campo: com menos paternalismo e mais carinho com o produtor rural, os impactos futuros da crise que sem a menor sombra de dúvidas chegará com muito mais força no próximo ano, os arranhões políticos e sociais seriam menos retumbantes na vida do País, e, até mesmo em Rondônia um estado com tradição entre pequenos e médios agricultores.
A maior feira digital do Brasil
Em parceria com o governo do estado e outras instituições, O SEBRAE Rondônia apresentará entre os dias 22 e 24 de setembro, a (Agro-Lab Amazônia), o maior evento digital do Brasil voltado para o agronegócio. Puxado pelo SEBRAE, de acordo com Daniel Pereira superintendente da instituição no estado, numa construção com os SEBRAES da região Norte o objetivo é construir um caminho permanente de negócios usando os sistemas digitais. Com presenças confirmadas de autoridades e empresários da África, da Europa e da América do Sul, além de representantes do Brasil. Será um evento digital partindo de Rondônia tendo como foco o agronegócio.
Ovos de codorna na mesa
A agroindústria familiar administrada pelo Jadison Maciel e quatro pessoas da família, produzindo diariamente mais de 4 mil de ovos de codornas em Porto Velho revela que mesmo diante da pandemia do coronavirus, uma empresa pequena se bem conduzida pode sobreviver. Antes da crise a produção girava em torno de 8 mil ovos/dia. Ele reduziu a produção pela metade, diminuindo custos e mantendo a qualidade, comercializando nas feiras livres e atendendo encomendas com produtos fresquinhos, cumprindo todas as regras impostas pela legislação Ambiental. A Agroindústria Maciel está localizada na Avenida Rio Madeira, distante do centro da cidade quatro quilômetros.
O agro não pode parar
Entusiasmado com resultado apresentado pelo agronegócio em Rondônia, mesmo diante de todos os percalços provocados pelo coronavirus, o Secretário de Agricultura, Evandro Padovani, comemora o sucesso nas colheitas de algodão, milho, soja e exportação de carne, afirmando que o agro não pode parar. É verdade, enquanto essa pandemia não passa o agronegócio continuará caminhando firme.
Churrasco salgado!
Arroba do boi gordo bateu na casa dos R$ 200,00, em algumas regiões do estado de Rondônia de acordo com o empresário do ramo de frigoríficos, Leonel Bertolin. Nos açougues e casas de carne em Porto Velho a arroba do produto está sendo entregue com uma média de aumento de 9%, ou seja: entre R$ 207,00 e 210,00, que naturalmente é repassado ao consumidor. Para um proprietário de açougue que pediu para não ser identificado, “enquanto o Bolsonaro estiver distribuindo dinheiro o povo vai continuar consumindo carne”. O problema será na hora em que essa grana acabar. Por enquanto o churrasco está salgado, mas a carne continua sendo consumida.
Exportação
Com o dólar em alta para os grandes frigoríficos com plataformas instaladas em Rondônia, funciona a lei de mercado exportando e comercializando as carnes nobres com outros estados onde o poder aquisitivo é mais acentuado, como São Paulo, Paraná, Rio Grande do Sul e Distrito Federal, onde também os consumidores por tradição são mais exigentes. Aos consumidores rondonienses, sobram às carnes menos nobres acompanhadas pelos aumentos nos valores do produto consumido lá fora.
Até a próxima
Não se sabe ao certo, se foi há 100 ou há 10 mil anos, que um grupo de lobos se separou da alcatéia (grupos deles) e passaram acompanhar os homens que viviam nas cavernas. O fato é que quando os lobos domesticados passaram a ser tratados como cães ou cachorros, inexplicavelmente, essa se tornou a única amizade entre duas espécies diferente que permanece ao longo dos milênios. Talvez por isso, o cachorro seja tratado como o verdadeiro amigo do homem.