Por José Luiz Alves
Publicada em 24/07/2020 às 08h20
Dar uma curva na crise!
Não tenho procuração para defender, ou apoiar as idéias e pontos de vistas políticos do senador Acir Gurgacz (PDT-RO), no Congresso Nacional. No entanto, diante da crise provocada pelo coronvirus e pelas posições que ele tem tomado incentivando a regulação fundiária, em Rondônia e na Amazônia, por conhecer a fundo a angustia em que vivem milhares de pequenos e médios produtores rurais nesta região, por questão, ética e moral, com todo o respeito, venho engrossar a defesa dele pela regularização fundiária.
Para dar uma curva crise, diluir os impactos no campo preservando o setor produtivo, principalmente a agricultura familiar, evitando o êxodo rural, o Governo Federal necessita esquecer, pelo menos um pouco, os discursos e partir para prática, por que não? Até numa parceria com os governos estaduais agilizando a regularização das pequenas e médias propriedades para oferecer tranqüilidade para quem nelas vive e produz.
Na realidade, é isso que defende o senador rondoniense ao frisar que aumentar a produtividade rural sem degradar meio-ambiente, com café e peixe, exemplos que justificam a necessidade de ter suas áreas tituladas para pleitear incentivos técnicos e recursos juntos as instituições financeiras. O titulo, não é nada mais do que o CPF da terra, que da a garantia para as famílias, inclusive para evitar a presença de grileiros e invasores.
Essa pode não ser a saída ideal para crise, mas com certeza absoluta vai incrementar com força o desenvolvimento social e a produção de alimentos. Em Rondônia cálculos não oficiais rezam que existem mais de 70 mil pequenas propriedades aguardando a mais de 40 ou 50 anos seus títulos definitivos. A causa é nobre não desista senador...!
Você sabia?
Em números redondos, oficialmente Rondônia tem 8 milhões de hectares de áreas produtivas, que necessitam somente de pequenas correções de solos e curvas de nível. Mais impressionante ainda, possui outras 8 milhões de hectares degradadas que necessitam ser recuperadas para voltar a produzir em alta escala, soja, milho, feijão, arroz, girassol, algodão e tudo mais que se cultivar. Na verdade, para triplicar a produção de grãos não é preciso derrubar uma árvore e nem deixar passarinho desabrigado.
Indústria de ração
Acreditando na força do agronegócio na região, o empresário Adélio Barofaldi inaugura no final de agosto a indústria de ração para bovinos, “Susten-nutri Ração Animal” localizada no setor Industrial as margens da BR 364 com investimentos de R$ 18 milhões. A empresa vai produzir 1,4 mil toneladas de ração por mês, porém a capacidade instalada pode produzir até 4 mil toneladas ao mês. A obra em fase final vai gerar 100 empregos diretos e tem como objetivo atender com ração de boa qualidade os bovinos de Rondônia, norte de Mato Grosso, Acre, Amazonas e Roraima. Adélio Barofaldi acredita que o agronegócio é a saída para superar a crise.
Produção de pescado cresce 4,5% no Brasil
De acordo com o último “Anuário Peixe-BR da Piscicultura” a produção brasileira de pescado cresceu 4,5% atingindo 722.560 toneladas na safra 2019. A Tilápia produzida em cativeiro avança em todo o Brasil superando as 400 mil toneladas. A maior produção está concentrada nos estados do Paraná, 123 mil toneladas, São Paulo 69.500 toneladas, Santa Catarina 33.800 toneladas, Minas Gerais 31.500 toneladas e Bahia com 34.600 toneladas. O Tambaqui da Amazônia lidera na região Norte, mas de acordo com a “PEIXE-BR” a produção caiu 4,7% os maiores produtores deste pescado nativo, é Rondônia com 72.800 toneladas, Mato Grosso 52.000 toneladas, Maranhão 35.200 toneladas, Pará 22.600 toneladas e Roraima com 17.100 toneladas. O setor responde por mais de 286 mil toneladas/ano com a liderança para o estado de Rondônia.
Por falar em pescado
Essa atividade sofreu um impacto forte em Rondônia, em 2020 com a chegada inesperada do coronavirus. Foram cancelados os eventos para degustação do tambaqui assado em Brasília e São Paulo, organizado pelo SEBRAE e governo do estado conforme lembra Daniel Pereira, superintendente da instituição em Rondônia que juntamente com o secretário de Agricultura, Evandro Padovani estava à frente da organização.
Evento de negócios
A Superintendência do SEBRAE em Rondônia organiza um grande evento virtual de negócios, envolvendo todos os estados da região Norte com abertura oficial no dia 17 de setembro, inclusive com a presença do vice-presidente Hamilton Mourão conforme relata o diretor da instituição Samuel Almeida. Vários países já confirmaram participações nos debates, virtuais, rodadas de negócios e trocas de informações, nesta que será uma espécie de Rondônia Rural Show, só que transmitida ao vivo pela internet. Samuel Almeida avalia que será uma grande oportunidade para aprofundar as relações comerciais com outros países.
Milho de Rondônia em alta
De acordo com a projeção apresentada pelo agrônomo Robson Rizzon da Central Agrícola sediada em Vilhena, sendo a maior distribuidora de insumos para agricultura em Rondônia e na região do Cone Sul, a produção do milho safrinha, que está na metade de colheita alcançará 850 mil toneladas. Segundo ele, praticamente toda a safra já foi comercializada e os preços aos produtores rurais estão sendo compensadores. Em setembro começa o plantio das primeiras lavouras de soja. O agronegócio não pode parar.
Até a próxima
As preferências do gaúcho: mulher, churrasco de costela gorda, chimarrão, bombacha larga, camisa branca lenço colorado no pescoço, batas marrom, chapéu de aba larga, guaíca na cintura para guardar os “pilas”, cavalo bom, guaipéca (cachorro) sanfona (gaita), fandango de galpão, causos de revolução e lavoura de soja e milho, além do gado e ovelhas nas coxilhas. Alguém há de questionar afirmando que existem alguns que não se interessa por nada disso, principalmente mulher, a resposta é simples: “estes fazem parte de uma corrente migratória que partiu do Rio de Janeiro na década de 1970 liderada pelo jornalista, mineiro de Juiz de Fora, Fernando Gabeira, como uma nuvem de gafanhotos invadiram os pampas”.