Por Rondoniadinamica
Publicada em 25/07/2020 às 10h00
Marcos Rocha toma chá no País das Maravilhas / Fotomontagem-Rondoniadinamica
Porto Velho, RO – O governador de Rondônia Coronel Marcos Rocha, sem partido, tem se esforçado para ser o melhor chefe do Executivo do Brasil no quesito combate ao Coronavírus (COVID-19/SARS-CoV-2).
E ele tem feito isso com ações efetivas? A resposta curta e direta é: não!
Rocha, na verdade, usa seus canais de comunicação informais e institucionais a fim de promover vão contorcionismo aos fatos, tentando, para todos os efeitos, encaixá-los em suas vontades mais primitivas.
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E é importante que se abra um parêntese específico aqui. A atual administração chegou a criar também uma falsa ferramenta de verificação de notícias com a clara intenção de imprimir aos veículos de comunicação independentes a chancela de vertedouros de informações falsas (fake news). Em uma dessas situações, tentou fazer o mesmo com o Rondônia Dinâmica, que, por sua vez, apresentou tréplica rechaçando o título, devolvendo-o à gestão Rocha e desmascarando o intento tacanho promovido pela turba palaciana, incluindo histórico de mentiras propaladas por Marcos Rocha desde a sua candidatura em 2018.
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A última intenção de manipulação da realidade ocorreu no decorrer da semana quando a Superintendência Estadual de Comunicação (Secom/RO) veiculou no site oficial do governo autopromoção fantasiosa completamente avessa ao mundo corpóreo.
Por incrível que pareça, acredite se quiser, caro (a) leitor (a), o mandatário-mor do Palácio Rio Madeira realmente vê sua gestão como vanguardista no “controle” da pandemia.
Enquanto Alice no País das Maravilhas conversa com o Chapeleiro Maluco e visita ainda o Gato de Cheshire, passando pelo Coelho Branco, a Lagarta azul e enfrentando a Rainha de Copas ao final, aqui fora, especialmente onde as coisas existem, o número de infectados subiu assustadoramente.
Nas mesmas 24h em que Rocha “se vendia” como o suprassumo tupiniquim quando o assunto é a ofensiva administrativa à COVID-19, 31 cidadãos de Rondônia morreram por causa da enfermidade.
De acordo com o último boletim, desde que a doença fora deflagrada por aqui, 801 pessoas faleceram por causa das complicações advindas do vírus.
E lá de Cacoal, como reportou também o Rondônia Dinâmica com documentos obtidos exclusivamente, a saúde já entrou em colapso; segundo documento assinado por dirigentes do Hospital de Urgência e Emergência Regional (Heuro), não há médicos nem leitos.
O sistema ruiu.
O trunfo da atual gestão seria, também, a quantidade de pessoas testadas com os kits adquiridos pelo Estado, além de outros métodos.
O que não é dito está ligado à ausência de cientificidade ao mecanismo adquirido pelo Estado por R$ 10,5 milhões em negócio travado com a BuyerBR, intermediando, consequentemente, a venda do produto fabricado pelo laboratório chinês Hangzhou Realy Tech Co., Ltd.
E assim as coisas mantêm o fluxo normal: Rocha na vanguarda da quimera, no seu exclusivo País das Maravilhas tomando chá com o Chapeleiro Maluco; e o rondoniense, entre a cruz e a espada, sujeito aos efeitos devastadores do Coronavírus. Isto, incluindo sequelas econômicas e assistindo passivamente a morte de familiares, amigos, colegas de trabalho, observando, finalmente e de camarote, as unidades de saúde colapsarem – a começar por Cacoal e região.
Talvez ainda haja tempo para reação.
Entretanto, avisa o Coelho Branco:
“Ai os meus bigodes... É tarde, é tarde até que arde...
Ai, ai, meu Deus, alô, adeus, é tarde, tarde é tarde.
Não, não, não, eu tenho pressa, pressa...
Ai, ai, meu Deus, alô, adeus, é tarde, é tarde, é tarde”.