Por José Luiz Alves
Publicada em 21/08/2020 às 09h00
A evolução do agronegócio
No Brasil e Rondônia não é diferente, a evolução no campo caminha em ritmo acelerado nos últimos 50 anos, como nunca visto na história contemporânea. Porém, a chegada desagradável do coronavirus, balançou de norte a sul a consciência dos plantadores de grãos aos produtores de leite e de pequenos animais ao descobrir que nos temporais o campo exige esforço redobrado para sobreviver buscando novas tecnologias e mudanças no conceito diário entre prestadores de serviços, manutenção dos equipamentos e tratamento de animais.
Quem acompanha a evolução nas áreas rurais percebe com clareza que os comportamentos em busca de maior produtividade, entre os grandes, médios e pequenos produtores que dependem do campo para o desenvolvimento sustentável conquistou novas dimensões nestes tempos medonhos. Dizem que a dor ensina a gemer, principalmente nos momentos de crises, quando o trabalho sério e criatividade funcionam como única saída, numa época de dificuldade como a que estamos atravessando.
Muito antes de gregos e troianos, os asiáticos, no cultivo de arroz, os árabes na plantação de trigo, os maias nas lavouras de milho evoluíam de acordo com o tempo de suas necessidades. O processo era lento, no arado com tração animal, no machado e na enxada, naqueles tempos trabalhando de sol a sol, o agricultor de mãos calejadas não tinha pressa, mas sempre acordava de madrugada, suportando as inclemências da natureza e outras desgraças não deixando faltar alimentos.
A evolução nas áreas rurais criou uma imagem diferente, gigantesca, de grandiosidade espetacular mostrando mais uma vez que só o trabalho no campo tem poder de superar as crises. O produtor rural passou a ser tratado como empresário deixou ser visto como elemento grosseiro, caipira e despreparado. Os “Peões” passaram a ser respeitados e vistos como colaboradores dos “patrões” cada um cumprindo seus deveres e tendo seus direitos respeitados.
Essas e tantas outras mudanças nos setores produtivos não surgiram por meio de decretos e leis. Elas vieram pela boa vontade de quem deseja produzir e avançar nestes tempos bicudos empurrados pelo coronavirus, tanto em Rondônia, como no restante do Brasil que se moderniza para produzir mais e melhor.
A vez do frango e do suíno!
Com as grandes plantas frigoríficas em Rondônia priorizando as exportações de carne bovina, o dólar nas alturas, arroba do boi gordo, a R$ 215,00, a opção ao consumidor assalariado é partir para o consumo do frango e suíno. O peixe também está com os preços elevados, além de escasso no mercado o produto teve queda principalmente às espécies criadas em cativeiros. Nas feiras livres com até R$ 15,00 pode se encontrar um frango caipira para o final de semana. Nas grandes redes de supermercado a carne de suíno, ainda é encontrada por valores acessíveis. Quanto à carne bovina essa de fato está salgada até no açougue da esquina.
Novo aumento no preço da carne
A previsão é do empresário do ramo de frigoríficos, em Porto Velho, Leonel Bertolin, diretor do “FrigoRaça” que abate 3 mil cabeças de bovinos/ao mês, atendendo o mercado interno, Amazonas, Roraima e agora o estado do Paraná, de que até o final do ano a carne terá um aumento para o consumidor entre 10 e 15%. Bertolin lembra que nos últimos 60 dias arroba do boi gordo sofreu um aumento de 30%, o que vem provocando um descontrole no orçamento dos consumidores. Outra projeção preocupante é de que possa faltar animais prontos para o bate daqui para o final do ano tendo em vista, o aquecimento das exportações.
Até os japoneses
Com a noticia de que Rondônia se tornou área livre de febre aftosa sem vacinação, (diga-se de passagem pelo excelente trabalho desenvolvido pelos técnicos da Agência idaron), empresas que exportam para mercado japonês, solicitaram informações demonstrando interesse em adquirir a carne de Rondônia. Mas isso só vai ocorrer a partir de março de 2021, se não ocorrer nenhum contra-tempo.
Feira virtual
A Conecta Sebrae Agrolab Amazônia, é uma feira 100% digital e gratuita, que ocorrerá de 22 a 24 de setembro. A você pecuarista, a empresa Ricardo Nicolau Leilões estará oferecendo a oportunidade para vender ou comprar seu rebanho no maior evento virtual do agronegócio na região.
Efeitos da crise!
Muitos feirantes descontentes com as quedas acentuadas na comercialização de frutas, legumes e hortigranjeiros, estão desistindo da profissão e partindo para outra. Nas feiras livres sobram dezenas de caixas com banana e mamão com os frutos passando de maduros que são jogados fora por ausência de consumidores. É doloroso, mas é verdade, basta visitar as feiras livres para constatar essa triste realidade conversando com os feirantes.
Até a próxima
Neste domingo (23), o jornal impresso “Tribuna Popular” de Cacoal, dirigido pelo jornalista, Adair Perin completa 40 anos de circulação na região central do estado. Parabéns a toda equipe de “Tribuna Popular” e ao amigo Adair Perin, excelente figura humana, mas como nada é perfeito, o Adair Perin é Corinthiano, roxo!