Por Rondoniadinamica
Publicada em 29/08/2020 às 09h35
Porto Velho, RO – O governador Coronel Marcos Rocha, hoje sem partido, foi eleito em 2018 pelo PSL quando lançou, sem muitas pretensões, sua candidatura rumo ao comando do Palácio Rio Madeira.
Agarrado à imagem do atual presidente Jair Bolsonaro, Rocha apenas se jogou no tabuleiro, copiando, inclusive, o Plano de Governo do PSDB.
No mais, fez os discursos que hoje compõem os chavões do mainstream da política, palatável ao grande público: falas genéricas em prol da família, dos bons costumes, da moral, da ética, do novo, do diferente, do contingenciamento de despesas, enfim, vendia-se como o suprassumo da renovação.
Eleito, tomou posse e, de cara, infligiu contradição direta às promessas lançadas durante o pleito: nomeou a esposa Luana Nunes de Oliveira Santos como titular da Secretaria de Estado da Assistência e do Desenvolvimento Social (Seas/RO), além de arrumar um cargo de confiança para a ex, Irani Marques de Albuquerque, na Policlínica Oswaldo Cruz (POC).
Enfim, não demorou muito até que o comprometimento de Rocha se transformasse no mais do mesmo, em nome do sadismo protocolar que ronda a Administração Pública tupiniquim.
Na visão dele, como é de praxe a primeira-dama ser também secretária de Assistência Social, como ele, reles mortal, ousaria quebrar a tradição, não é mesmo? E isto apesar de se vender como “novo”, “diferente”.
Paralelamente, teve problemas com a Assembleia Legislativa (ALE/RO) por desconhecimento da Constituição Estadual. Parece bobagem, mas a ignorância quanto ao regramento local quase o levou ao impeachment.
E teria sido sacramentado, não fosse um entendimento amigável com os deputados, obrigando-o a exonerar diretores de autarquias e fundações, que, depois, passaram por sabatina e foram autorizados pelo Poder Legislativo como preconiza a Constituição que o chefe do Executivo sequer conhecia.
Marcos Rocha, que adora karatê, sagrou-se como faixa-preta em gastar dinheiro público, após torrar mais de R$ 100 mil só em diárias do início de 2019 a fevereiro deste ano, outro contrassenso diante da imagem poupadora que havia rascunhado na condição de postulante.
Soma-se ao comportamento perdulário pós-eleição o fato de não usar a residência oficial no Palácio Rio Madeira, gastando, do dinheiro do contribuinte, R$ 72 mil por ano para morar em um condomínio de luxo na Capital. Isto levando em conta que somando os salários, tanto o do governador quanto o de Luana, o casal tem uma renda bruta de R$ 50 mil mensais. Mesmo assim, Rocha não abre mão de usar todas as regalias proporcionadas pelo poder.
Com atuação mediana – sendo otimista –, após um ano de mandato, pegou o aporte do novo Coronavírus (COVID-19/SARS-CoV-2) em 2020, o que eviscerou, ainda mais, suas falhas como gestor público, expondo também a inaptidão de boa parte do estafe que ele mesmo escolheu.
Por ora, para se ter ideia, duas questões principais colocam a Secretaria de Saúde (Sesau/RO), esta comandada por Fernando Máximo e Nélio de Souza (adjunto), no olho do furacão fiscalizador do Ministério Público (MP/RO).
Tanto a compra dos kits para teste rápido do Coronavírus via BuyerBR quanto o contrato com o Hospital SAMAR, de Porto Velho, chamaram a atenção da instituição de controle, que, por ora, se desdobra a fim de responsabilizar os envolvidos.
Aliás, no segundo caso, como envolvem também recursos de ordem federal, o Tribunal de Contas (TCE/RO) avalia a questão e enviou os autos à Polícia Federal (PF), Ministério Público Federal (MPF), Tribunal de Contas da União (TCU) e Controladoria-Geral da União (CGU).
O desenrolar de todas essas histórias deixam claro que Marcos Rocha não mentiu num ponto: ele é, de fato, a favor da família. Ao menos à família dele, diga-se de passagem.
Conhecendo todos esses pontos, fica o questionamento ao (a) leitor (a): com 600 dias de governo, Rocha convence o povo de Rondônia como chefe do Executivo?
Com a palavra, a sociedade rondoniense.