Por Waldir Costa / Rondoniadinamica
Publicada em 22/08/2020 às 11h01
Os dirigentes partidários têm pouco mais de três semanas para realizar as convenções partidárias, que este ano poderão ser de forma virtual, em razão do coronavírus, que impossibilita reuniões e encontros com dezenas de pessoas. Em Porto Velho, que recentemente tinha pelo menos uma dúzia de nomes em condições de concorrer à sucessão municipal, provavelmente não terá alguns políticos considerados de ponta.
A expectativa na capital é sobre o futuro político do prefeito, Hildon Chaves (PSDB). Estamos perto do início do prazo (31 de agosto a 16 de setembro) para realizações das convenções municipais e ele, ainda, não definiu seu futuro político. A pressão no partido é grande, para que concorra à reeleição, mas ele reluta e já desmarcou dois encontros onde anunciaria sua decisão nos últimos dias. A espera continua.
Hildon concluirá seu mandato no final do ano com um saldo altamente positivo. Não há denúncias de corrupção e realiza um bom trabalho no centro e nos bairros. Lógico que uma cidade complicada, onde a rede de esgoto são as galerias pluviais e a “estação de tratamento” o rio Madeira, o saneamento básico é um dos grandes desafios. Mas certamente Hildon seria –ou será– não se sabe, ainda, um adversário com enormes chances de chegar ao segundo turno, pois Porto Velho, com mais de 330 mil eleitores nas eleições de 2018, dificilmente terá eleições decididas no primeiro turno.
Além de Hildon, há mais três nomes considerados em condições de sucesso nas eleições de novembro próximo, na capital e que devem abrir mão da disputa. O deputado federal e presidente regional do Podemos, Léo Moraes, que decidiu o segundo turno em 2016 com Hildon; o também deputado federal Mauro Nazif, que preside o diretório estadual do PSB e o presidente regional do Solidariedade, Daniel Pereira estariam fora da sucessão municipal. É certo que, até o último dia para as convenções, poderão mudar de ideia, mas hoje é o que se comenta nos bastidores da política.
Sem quatro nomes de peso político-eleitoral para concorrer nas eleições municipais, crescem as possibilidades dos políticos emergentes. Não há como deixar de citar a vereadora de Porto Velho, Cristiane Lopes (PP) e o advogado, Vinícius Miguel (Solidariedade), ambos em ascensão na política estadual.
Cristiane era coadjuvante no partido nas eleições de 2016, se elegeu com 2.887 votos e foi a décima mais bem votada dos vinte e um vereadores eleitos e à frente de Luan da TV (pp), que também se elegeu, mas em 12º lugar e 2.768 votos. Em 2018 Cristiane candidatou-se à Câmara Federal, não se elegeu, mas com o mínimo de estrutura somou 20.350 votos e pode ser considerada como um fenômeno eleitoral. Vai dar trabalho na corrida à prefeitura da capital.
Outro jovem e bom de voto é o advogado Vinícius Miguel, que concorreu pela primeira vez a cargo eletivo em 2018, a governador e foi o mais bem votado na capital, com mais de 70 mil votos. Também está entre os nomes considerados de ponta, caso seja confirmado nas convenções partidárias, como candidato, certamente estará entre os nomes em condições de assumir o Palácio do Relógio a partir de janeiro do próximo ano.
O MDB deverá concorrer com o ex-secretário de Saúde (Estado e de Porto Velho), Williames Pimentel, após uma disputa interna entre George Braga, que já foi secretário de Planejamento do Estado e o desembargador aposentado, Walter Waltenberg. Pimentel concorreu em 2016, mas ficou na quarta colocação com 33.379 votos. Realizou um bom trabalho na área da saúde no município e tem a estrutura do MDB a seu favor.
Um bloco com força política suficiente, para se eleger prefeito é integrado por pré-candidatos em condições de chegar ao segundo turno. Entre eles o ex-presidente da Assembleia Legislativa (Ale) e câmara de vereadores de Porto Velho, Hermínio Coelho, do PV. No mesmo grupo o ex-deputado federal Lindomar Garçon (PRB), hoje “assessor” da Prefeitura de Porto Velho. Garçon foi prefeito de Candeias do Jamari.
O grupo de pré-candidatos, que caso sejam confirmados pode surpreender é integrado pelo vice-prefeito, Edgar do Boi, do DC, que está desde o primeiro ano da administração de relações estremecidas com o prefeito Hildon. Breno Mendes (Avante), que já foi Chefe de Gabinete de Hildon realiza um trabalho populista e bem apoiado pelo deputado Jair Montes (Avante-PVH) e vem ganhando espaço nos bairros da capital.
O ex-secretário de Agricultura de Porto Velho, Leonel Bertolin deverá ser o nome do PTB para concorrer a prefeito. Leonel teve participação importante junto aos produtores rurais da capital durante o período em que comandou a Semagri e tem bom trânsito junto ao segmento. É importante lembrar, que Porto Velho tem o maior rebanho de gado de corte do Estado e a força da área rural na política é considerável.
O PDT tem como pré-candidato Ruy Motta, que preside o partido em Porto Velho. A convenção será realizada no próximo dia 12. Há possibilidade de uma composição com o Solidariedade de Daniel Pereira, que tem como pré-candidato o coronel Ronaldo Flores. Foi o que se comentou durante a semana nos bastidores da política na capital.
A lista continua e tem o advogado Fabrício Jurado, apresentado como pré-candidato há dias pelo presidente regional do partido, senador Marcos Rogério. O PCdoB vem com Samuel Costa (PCdoB), que tem boa participação nos bairros da capital e o PT com Ramon Cujuí, servidor público de carreira do Poder Judiciário da União. O eleitor da capital, pelo que se desenha, terá uma enorme lista de nomes para escolher o futuro prefeito.
É importante destacar, que os nomes mais conhecidos têm mais facilidades de se comunicar com o eleitorado, mas também enfrentam a rejeição. Já os que estão chegando agora na política, tem a vantagem da rejeição praticamente zero. Casos mais recentes na política estadual, são de Hildon Chaves em 2016 na disputa pela prefeitura e de Vinícius Miguel, em 2018 na candidatura a governador. São considerados políticos emergentes no Estado.
As eleições a prefeito de Porto Velho deverão monopolizar as atenções não somente do eleitor, mas também junto aos dirigentes partidários. Se realmente os quatro nomes considerados mais conhecidos e, lógico, com melhores condições de sucesso ficarem de fora, teremos uma competição das mais concorridas, inclusive abrindo maiores possibilidades para os demais candidatos na luta para chegar ao segundo turno.