Por ESPN
Publicada em 29/08/2020 às 10h05
O Barcelonaagendou para domingo (30) os exames médicos e a apresentação dos jogadores para a pré-temporada 2020/21 e aguardará Lionel Messi. Assim espera o técnico Ronald Koeman. Mas, se antes era certa a presença dele, agora ela tornou-se uma incógnita com a recusa da direção em reunir-se com o estafe do argentino para discutir a rescisão contratual.
O pedido de reunião foi feito na última sexta (28) pelos representantes do jogador, mas a direção do Barcelona recusou. A justificativa é que o camisa 10 é “inegociável” e ele só deixará o clube se alguém pagar a multa de 700 milhões de euros (R$ 4,5 milhões).
A ideia do encontro partiu de Messi, que quer tentar um rompimento amigável, considerando os 20 anos de serviços prestados aos Barcelona, sendo mais de 15 como profissional, e 34 títulos. Até mesmo a presença na reapresentação era dada como certa dentro desse contexto. Ele tinha a intenção de mostrar que cumprirá suas obrigações até o assunto ser resolvido.
“Uma vez sob contrato ele cumprirá rigorosamente as obrigações com o Barcelona. Não se trata de um gesto para evitar um conflito, mas ele estava decidido a seguir as regras", disse à ESPN uma fonte próxima ao jogador.
Diante da recusa de um encontro, Messi está estudando o que fazer. Ele jamais sofreu punições no Barcelona por indisciplina, sempre foi colocado como um jogador exemplar. E ele sabe que o código interno blaugrana é bastante rigoroso
Não comparecer aos exames médicos no primeiro dia agendando é uma infração menor, do ponto de vista interno, mas ela pode tornar-se grave caso seja repetida nos dias seguintes e sem que o jogador tenha uma justificativa plausível.
A direção poderia abrir um processo disciplinar por má conduta interna, cuja penalidade pode ser suspensão, inclusive dos salários durante o tempo da pena, e multa. Ou seja, tudo que Messi quer evitar após anos de boa relação e idolatria da torcida.
Mas o argentino está decepcionado por não conseguir dialogar e tem se mostrado irredutível com a ideia de deixar o Barcelona. O desgaste vem ao longo de uma temporada, desde a demissão de Ernesto Valverde, técnico que o craque defendia que tivesse continuidade, passando por uma verdadeira troca de “fogo” entre a diretoria e os jogadores (às vezes velada, outras não), péssimos resultados esportivos (foi a primeira vez em 12 anos que terminou uma temporada sem títulos) e a vexatória goleada por 8 a 2 para o Bayern de Munique pela Champions League, na maior humilhação do clube catalão em competições oficiais.
Para completar a crise, Messi não gostou da condução feita pela diretoria nem de Koeman. Com carta branca, ele dispensou Samuel Umtiti, Ivan Rakitic, Arturo Vidal e Luís Suárez (este por telefone), amigo pessoal de Messi.
O camisa 10 também se reuniu com o treinador, ouviu que faz parte do projeto 2020/21, mas não se encantou. Decidiu sair e comunicou a direção com um fax enviado em 25 de agosto.
A reunião foi uma sugestão para discutir de forma amigável a saída do clube, inclusive fazendo valer a cláusula que lhe dava poder para sair sem o pagamento da multa, embora ele tivesse ter feito isso até 10 de junho.
Talvez ele não imaginesse que o Barcelona não cederia tão facilmente. E o a direção já declarou que pretende abrir mão do seu grande jogador tão facilmente e deixou claro que, se quiser sair antes do fim do contrato (junho de 2021), terá de arcar com a multa.
Neste contexto, uma decisão será tomada pelo estafe do jogador neste sábado à tarde e ele pode mostrar qual o caminho será tomado, se um acordo de cavalheiros ou uma disputa na Justiça, deve ser conhecida neste sábado à tarde. A presença ou não dele nos exames médicos no domingo (30) ajudará a entender qual caminho foi escolhido.