Por Globoesporte.com
Publicada em 05/08/2020 às 10h29
Ainda que o coronavírus não desapareça até o dia 23 de julho de 2021, as Olimpíadas de Tóquio serão realizadas. É o que garante Toshiro Muto, chefe-executivo do Comitê Organizador dos Jogos. Em entrevista ao jornal Financial Times, o dirigente admitiu que a pandemia não deverá ter chegado ao fim até o início do evento. Ainda assim, afirma que não há possibilidade de um novo adiamento.
- Não sei qual será o estado das infecções por coronavírus no próximo verão, mas as chances de que isso seja algo do passado não são altas. Em vez disso, o importante é realizar Olimpíadas para pessoas que precisam conviver com o Covid-19.
Nas últimas semanas, Tóquio apresentou suas maiores taxas de infecção. A crise econômica também afeta quase todos os países, com sérias restrições sociais e de viagens. O adiamento também causou um grande aumento nas contas dos Jogos. Muto, porém, garante que recebeu garantias do governo japonês, que se comprometeu a assumir uma parte maior na responsabilidade de realizar os Jogos.
- Foi o governo nacional que decidiu adiar um ano. Com isso, a situação mudou um pouco. Além disso, realizar as Olimpíadas durante o corona significa que a estratégia antivírus é crucial. A estratégia COVID-19 deve ser definida em nível nacional.
Mutō espera ter um novo orçamento em vigor até outubro, com a prioridade do Comitê Organizador de cortar custos sempre que possível. A redução de Jogos foi prometida várias vezes e há especulações de que os eventos possam ser realizados a portas fechadas.
As empresas japonesas gastaram, juntas, cerca de US$ 3,1 bilhões, em torno de R$ 16,40 bilhões. Estima-se que a realização dos Jogos custará US$ 25 bilhões (R$ 132,25 bilhões) ao Japão. Mutō também admitiu que pode ser difícil conseguir novos patrocinadores no clima atual, ainda cercado de incertezas, apesar das garantias do comitê organizador.
- Numa época de infecções por Covid-19, ter toda a pompa e folia das Olimpíadas não teria muita simpatia das pessoas em todo o mundo que experimentaram esse vírus. Antes, queremos algo simples, mas inspirador. Este é o mês em que planejamos nosso orçamento para o próximo ano. Não temos ideia de quanto nos pagarão. Reconheço que há uma série de opiniões entre os patrocinadores - para alguns deles, seus resultados foram atingidos pelo coronavírus, mas não é necessariamente o caso de todos terem sofrido um impacto negativo. Existem empresas que também ganharam – afirmou.