Por Rondoniadinamica
Publicada em 28/08/2020 às 09h31
Porto Velho, RO – O deputado federal Léo Moraes, líder do Podemos na Câmara Federal, denunciou manobra da Energisa SA a fim de, mais uma vez, promover reajuste nas contas de energia do rondoniense.
E isto em meio à crise causada pelo novo Coronavírus (COVID-19/SARS-CoV-2), que, além da saúde e das vidas atingidas, ainda impacta a sociedade negativamente em termos financeiros, sem que haja perspectiva no horizonte à eventual estabilização do caos sanitário e econômico.
O sinal de alerta acende ainda mais porque nesta semana a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) autorizou o aumento na tarifa na Paraíba, também a pedido da própria Energisa local.
Há dez dias, o Rondônia Dinâmica veiculou reportagem abordando a ação de uma entidade em prol da sociedade contra os abusos reiterados cometidos pelo empreendimento.
A ideia era acionar a Aneel a fim de evitar cortes no fornecimento de energia em todo o estado enquanto perdurarem os efeitos da pandemia.
Aneel e as contas da Energisa
A assessoria de Imprensa do senador Marcos Rogério, do DEM, distribuiu matéria informando que a Aneel identificou irregularidades nas contas da Energisa SA.
A diligência, segundo o congressista, foi solicitada por ele, mas na condição de presidente da Comissão de Infraestrutura no Senado Federal.
E isto, “após denúncias de cobranças abusivas, troca de medidores sem comunicação prévia, além do aumento indevido no consumo e interrupção no fornecimento de luz durante os finais de semana, o que é proibido pela legislação”.
A Aneel explicou, ainda de acordo com Marcos Rogério e equipe, “que a apuração se deu com base na análise de 50 unidades consumidoras, divididas entre os municípios de Porto Velho, Ji-Paraná, Cacoal e Ariquemes”.
Entre as irregularidades encontradas, falhas na estimativa de consumo entre carga e demanda. Segundo apontou a agência, a Energisa estava utilizando tabela de referência do estado de Mato Grosso, e não de Rondônia, o que pode ter contribuído para cobranças indevidas ao consumidor.
Também foram identificados valores inconsistentes na medição de equipamentos elétricos, com erros na digitação da potência de ar-condicionado e de lâmpadas com reator. A diligência apontou que houve diferença entre a potência dos equipamentos e o valor cobrado. Procurada pela Aneel para apresentar explicações, a empresa reconheceu o problema e justificou que se tratavam de “erros de digitação”.
Energisa é caso de polícia
O site Extra de Rondônia, no Cone Sul, veiculou matéria apontando que determinado comerciante registrou Boletim de Ocorrência (BO) contra a Energisa na Polícia Civil (PC/RO) local.
Diz o texto que: “De acordo com boletim de ocorrência (BO), a vítima relatou que na data de ontem a “canela” de um poste de alta tensão que fica a uns 200 metros de sua empresa na Avenida Jô Sato (BR 174) desarmou, com isso, ligou várias vezes para a Central de Atendimento da Energisa, reclamando do problema”.
E concluiu: “Porém, passadas várias horas nenhuma providência havia sido tomada e, com isso, o empresário teve prejuízos na produção. Além disso, o comerciante relata que não é a primeira vez que esse problema acontece, prejudicando todas as empresas daquela região”.
CPI “dorme” na Assembleia
Enquanto todos esses abusos ocorrem, a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Energisa instituída no seio do Poder Legislativo mantém status letárgico, sem produzir resultados práticos contra os abusos cotidianamente praticados no estado.
A maior parte das críticas e ações objetivas sai, justamente, lá de Brasília, onde ala da bancada federal ainda se importa com o assunto.
Aqui, o Poder Legislativo começa a ser questionado socialmente em decorrência dos muitos discursos feitos, mas pouca prática exercida.