Por Waldir Costa / Rondônia Dinâmica
Publicada em 12/09/2020 às 10h17
Além do coronavírus, que vem assustando e preocupando o mundo a população de Rondônia, que depende de energia elétrica tem que conviver com a Energisa, empresa distribuidora no Estado. A Energisa assumiu o passivo e ativo da Ceron em outubro de 2018 por um preço simbólico com a promessa de melhorar o sistema de distribuição e reduzir em 1,75% a tarifa.
Hoje não há como negar que a distribuição de energia elétrica melhorou, porque era péssima. Não há grandes avanços como foi prometido e compromissado, porém há que se reconhecer que ocorreram passos à frente. Mas o custo das contas de luz ganhou cifras fora da realidade de Rondônia e das demais regiões do país.
Os quase dois anos da Energisa em Rondônia também atingiram diretamente o bolso do consumidor. As contas alcançaram índices elevados e os constantes reclamados da população usuária levou os deputados estaduais a criar uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), para analisar a situação.
Devido a pandemia, a CPI, presidida pelo deputado Alex Redano (PRB-Ariquemes) está suspensa, mas o pouco que foi apurado apresentou muitas irregularidades, inclusive adulteração de relógios contadores que foram “turbinados”. A informação à CPI foi de funcionário da empresa, batendo com as denúncias da população.
Não há como negar que existiam e, ainda, devem existir muitos “gatos”, mas o “gato” maior está sendo praticado pela empresa, que cobra preços absurdos em locais, que não se consumiriam o volume de energia apresentado pela empresa, mesmo em casos excepcionais.
Esta semana moradores de conjunto habitacional de Porto Velho denunciaram os abusos, que continuam sendo praticados pela Energisa. Um deles, que há menos de um ano reside em um apartamento, quando chegou ao prédio teve o contador (zerado) colocado pela Energisa, bem na época que a CPI estava 100% ativada. Nos primeiros meses a conta do casal, que só utiliza um ar-condicionado, do quarto e à noite (22h às 6h30) girava em torno de R$ 200 até junho último.
No início de junho uma equipe da Energisa foi até o prédio para “arrumar” os contadores, porque o visor estava dificultando a leitura. Foram pelo menos dois dias de trabalho intenso dos funcionários da empresa. O resultado foi trágico para os consumidores.
A partir de julho as contas dos moradores começaram a subir de valor de forma inexplicável. A conta de junho foi de R$ 290, julho R$ 347, agosto R$ 374 e setembro R$ 473. O dia-a-dia das famílias não mudou, porque a elevação do valor a pagar?
Outro caso absurdo é de uma senhora que tem um apartamento no mesmo condomínio, que está fechado há meses. Nos dois primeiros meses veio a fatura mínima, que é de R$ 77, mas a deste mês de setembro, que equivale ao mês anterior, o valor subiu para R$ 370. Como isso é possível se o local está fechado?
A esperança é que os deputados que integram a CPI da Energisa reativem os trabalhos, o povo seja atendido e se coloque um fim na cobrança irreal de energia elétrica no Estado. Não é possível que um casal que só liga o ar-condicionado à noite tenha o consumo de energia elétrica praticamente dobrado em três meses se nada mudou na convivência familiar?
Por que a CPI não requisita os trabalhos do Ipem-RO para uma fiscalização permanente dos contadores?
Há dias o presidente da CPI, Alex Redano cobrou a reativação dos trabalhos, e que ela precisa ser concluída. A convivência com a pandemia, já considerada uma endemia, ou seja, temos que conviver com o vírus até a fabricação e distribuição da vacina é inevitável e o resultado da CPI é fundamental.
No interior são constantes as denúncias de queda no fornecimento de energia elétrica. Esta semana parte do bairro rio Madeira em Porto Velho, ficou mais de três horas no apagão elétrico. No escuro, à luz de vela como no “Tempos do Êpa”. O telefone de emergência não atendia com a alegação de congestionamento.
Energia elétrica é item prioritário na vida das pessoas que pagou todos os investimentos das inúmeras hidrelétricas do país, desde a Itapu Binacional no rio Paraná (Foz do Iguaçu), construída pelo governo militar, até Jirau e Santo Antônio, no Rio Madeira, em Porto Velho, além de outras não menos importantes.
No bairro Três Marias, esta semana, uma senhora teve a energia elétrica cortada pela Energisa, com as contas em dia. Como trabalha fora foi avisada por uma vizinha. A energia só foi religada 24 horas depois e a família teve que passar à noite sem luz.
Quem paga esse prejuízo social causado à família? Citamos alguns casos, mas eles são muitos e crescentes, infelizmente.
Socorro senhores deputados. Vamos reativar a CPI da Energisa.