Porto Velho, RO – O Centro de Ressocialização de Ariquemes (CRA) foi inaugurado em julho de 2017 ainda na gestão Confúcio Moura, do MDB.
Em dezembro de 2019, pouco mais de dois anos após a inauguração da unidade prisional, houve uma inspeção técnica no local a fim de averiguar a qualidade da estrutura.
Um dos pontos anotados pelo técnico responde uma pergunta que pode afetar tanto apenados quanto servidores que trabalham diariamente no CRA.
“[...] e) Há risco de desabamento?
Resposta: Ante a qualidade do concreto presente na obra, é totalmente possível que ocorra o desabamento da laje em algum ponto da edificação, visto a quantidade de rachaduras visualizadas na estrutura, aliado com a frequência de chuvas ocorridas na região no chamado inverno amazônico, contribuindo para a oxidação da ferragem do concreto armado.
Entretanto não há como prever a data que poderá ocorrer esse desabamento e também não há como prever se ocorrendo tal evento o local em que acontecerá (pavilhão, salas ou cela), é possível que a estrutura entre em colapso, não se pode descartar tal evento para o futuro da edificação vistoriada. [...]”.
O laudo solicitado pelo promotor de Justiça Tiago Lopes Nunes foi concluído no dia 31 de janeiro deste ano, e fora assinado pelo analista em Engenharia Civil Carlos Alberto Vieira Rocha.
Já no dia 19 de fevereiro, o membro do Ministério Público (MP/RO) encaminhou a conclusão do perito às mãos da então titular da Secretaria de Estado de Justiça (Sejus/RO) Etelvina da Costa Rocha. Ela foi exonerada no começo de março.
No mesmo dia, Marcus Castelo Branco Alves Semeraro Rito, o Marcus Rito, foi nomeado em seu lugar.
Mais de seis meses após alertar a ex-secretária Etelvina Rocha, o promotor Tiago Nunes expediu novo Ofício, desta feita direcionado ao novo mandatário da secretaria.
Mais uma vez, o órgão de fiscalização e controle pediu retorno com a máxima urgência solicitando manifestação da Sejus/RO sobre os fatos apontados no laudo, além de apontamentos sobre providências a serem tomadas.
O documento foi encaminhado a Marcos Rito no dia 31 de agosto, também com a chancela de urgência, através do procurador-geral de Justiça Aluildo de Oliveira Leite.
Entre a assinatura do laudo, ou seja, o dia 31 de janeiro, e o encaminhamento do procurador-geral ao secretário, no fim de agosto, se passaram sete meses sem providências governamentais no sentido de evitar o desabamento da unidade, possibilidade antevista pelo técnico Carlos Alberto Vieira.
A reportagem tentou contato com a Sejus/RO, mas não obteve retorno até o fechamento da matéria. O espaço está aberto para eventuais esclarecimentos.
CONFIRA A ÍNTEGRA DOS DOCUMENTOS OBTIDOS PELO RONDÔNIA DINÂMICA (INCLUINDO O LAUDO DE INSPEÇÃO):
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