Por Rondoniadinamica
Publicada em 12/09/2020 às 08h45
Porto Velho, RO – Nesta semana ocorreram dois eventos distintos que podem colocar o governador Coronel Marcos Rocha, sem partido, contra a parede. Isto, claro, eleitoralmente falando.
O PSL, seu antigo partido, já confirmou a postulação do deputado estadual Eyder Brasil rumo à Prefeitura de Porto Velho. Brasil, frise-se, é o líder da gestão Rocha na Assembleia Legislativa (ALE/RO).
O segundo acontecimento foi a confirmação de Breno Mendes, do Avante, também em direção à sucessão do atual prefeito Hildon Chaves (PSDB), atual mandatário do Palácio Tancredo Neves, situado na Capital rondoniense.
Mendes, causídico autodeclarado “Fiscal do Povo”, é aliado de primeira hora do colega de Eyder Brasil, Jair Montes, que, por sua vez, conserva a vice-liderança do governo Rocha no Legislativo, e, ainda, a posição de presidente da legenda à qual catapultou o advogado ao pleito.
Para bom entendedor meia palavra basta, porém, para deixar tudo cem por cento claro, os desdobramentos das duas convenções significam, a princípio, que o Palácio Rio Madeira tem duas opções em Porto Velho.
Entretanto, como não é possível – ao menos oficialmente – correr pelas duas vias da mesma bifurcação, Rocha está entre a cruz e a espada, ou, melhor dizendo, entre o seguro e o perigoso.
Resta definir quem é quem em ambas designações de acordo com as visões estratégicas do estafe que hoje manda no Executivo estadual.
Ao (a) leitor (a), a pergunta-título pode, sim, soar um tanto quanto inócua, talvez até capciosa, mas a realidade é que o histórico eleitoral sempre colocou em vantagem, em termos de projeção inicial, os candidatos apoiados pela “máquina”.
Boa atuação de Jair Montes articulando interesses do Estado na ALE/RO pode reforçar dúvida na "Escolha de Sofia" de Marcos Rocha / Divulgação
Em decorrência disso, o governador precisa, o quanto antes, fazer sua escolha: em suma, sair de cima do muro, dizer, no fim das contas, se irá apoiar Eyder Brasil, que o apoiou lá atrás, ou Breno Mendes, pupilo de Jair Montes, que, no cenário vigente, atua muito mais como líder de seu governo do que o colega do PSL, diga-se de passagem.
Apesar da vantagem presumida, ser apoiado por um governo com quase dois anos de gestão carrega consigo, obviamente, também as agruras administrativas. Logo, 2020 será o teste final de popularidade da atual gestão após a apresentação das credenciais.
Quando Marcos Rocha fora eleito lá atrás, em 2018, embora detivesse, antes disso, cargos administrativos como a titularidade na Secretaria Municipal de Educação (Semed) de Mauro Nazif (PSB) e até mesmo na de Estado de Justiça (Sejus/RO) de Confúcio Moura (MDB), era desconhecido do grande público.
Obteve êxito chegando à vitória agarrando-se à popularidade do presidente da República Jair Bolsonaro – também sem partido, por ora.
Mas será que logisticamente vale a pena a qualquer candidato abusar da mesma estratégia tentando agarrar-se à imagem de Marcos Rocha?
Esta é outra pergunta que só o tempo poderá responder com exatidão após a revelação do resultado das urnas.
Enquanto isso, além de o governador pensar em quem quer apoiar ou não, Eyder Brasil e Breno Mendes também têm a tarefa de raciocinar sobre prós e contras a respeito da possibilidade de receber esteio palaciano.
Enfim, uma “Escolhe de Sofia” para o trio.
Para Rocha, apoiar Eyder ou Breno? E para Eyder e Breno, será que vale a pena receber o apoio direto de Rocha?
Ficam as questões.