Por G1
Publicada em 28/09/2020 às 14h43
Ao sair da votação das eleições regionais no Uruguai no domingo (27), o ex-presidente e senador do país José Mujica disse a jornalistas que deverá deixar o cargo no legislativo em outubro.
Ele afirma que tem uma doença imunológica, e é difícil continuar a exercer atividade pública dessa forma.
Mujica disse que o cargo o obriga a ter relações sociais, e que ele precisa se cuidar. “Não posso ir de um lado para outro por causa da pandemia, isso seria algo ruim para um senador”, afirmou ele.
Ele disse que não queria deixar o cargo: "A política me encanta e não gostaria de ir, mas a vida me encanta mais".
Reincidente
Essa não é a primeira vez que Mujica faz um anúncio como esse. Em entrevista ao jornal argentino “La Nación”, no começo deste mês, ele afirmou que deixaria o cargo, mas não iria parar de fazer política. O repórter então o lembrou que ele já havia dito isso em outras três ocasiões. “Eu vou para casa, mas não saio da política”, respondeu ele.
Em 2018, ele já era senador e abandonou o cargo para ficar em casa. Durou pouco mais de um ano: nas eleições do ano passado, ele voltou a ser eleito para o Senado, cargo que exerce até hoje.
Conhecido como "o presidente mais pobre do mundo", Mujica nunca deixou de aparecer em eventos oficiais.
Os uruguaios fizeram neste domingo (27) a primeira eleição na América do Sul em meio à pandemia de Covid-19. Cerca de 2,6 milhões de pessoas foram às urnas para eleger governadores de 19 departamentos do país, além de prefeitos, vereadores e membros dos 19 conselhos legislativos locais.
As eleições estavam marcadas para maio, mas tiveram que ser adiadas por conta da pandemia.
A coligação do governo atual, de centro-direita, venceu em 15 dos 19 departamentos em disputa. Desses, três eram governados pela Frente Ampla, de esquerda.
As regiões mais populosas do país, no entanto, continuarão a serem governadas pela esquerda.