Por Notícia ao Minuto - Portugal
Publicada em 01/09/2020 às 15h13
Na sequência da reunião que decorreu em Viena, Helga Schmid, a representante da União Europeia (UE) que presidiu à reunião, informou em mensagem no Twitter que "os participantes estão unidos em preservar o #IranDeal e encontrar caminhos para assegurar a total implementação do acordo apesar dos atuais desafios".
O representante iraniano, Abbas Araghchi, não comentou o primeiro dia das conversações, mas admitiu posteriormente que o tema dos Estados Unidos vai decerto proporcionar "uma importante discussão" com os delegados da Alemanha, França, Reino Unido, Rússia e China.
Na sequência deste primeiro encontro o representante chinês Fu Cong, diretor do controlo de armamento no Ministério dos Negócios Estrangeiros, sublinhou que as cinco grandes potências estão unidas na defesa do acordo face às tentativas de "sabotagem" dos Estados Unidos.
"Todas as delegações expressaram o seu compromisso com o Plano de Ação Conjunto Global (JCPOA na sigla em inglês), e com a resolução 2231 do Conselho de Segurança", referiu, numa referência ao acordo pelo qual o Irão aceitou em 2015 limitar o seu programa nuclear e prescindir do fabrico de armamento nuclear.
Fu Cong indicou que todos os países consideram que os EUA, que abandonou unilateralmente o acordo em 2018, não possui qualquer base legal para tentar ativar o mecanismo previsto no JCPOA de impor novas sanções ao Irão em caso de incumprimento dos compromissos.
"Faremos o máximo esforço, em conjunto com a comunidade internacional, para impedir a tentativa dos Estados Unidos de sabotarem e liquidarem a JCPOA", frisou.
O representante chinês também sublinhou a necessidade de encontrar um equilíbrio para que o Irão volte a cumprir plenamente as suas obrigações e receba as contribuições económicas garantidas no acordo de 2015.
Há cerca de um ano, o Irão anunciou que não iria respeitar os limites impostos no acordo ao seu programa nuclear após o Presidente dos EUA, Donald Trump, ter anunciado a saída do JCPOA e decidido unilateralmente a reimposição de sanções a Teerão.
O responsável chinês revelou ainda que Teerão assegurou a disposição em regressar aos limites impostos no acordo original caso sejam garantidas as contribuições económicas que estão bloqueadas pelas sanções norte-americanas.
Nesse sentido, assinalou que empresas russas e chineses poderão associar-se ao Instex, o mecanismo delineado pela UE para contornar as sanções económicas dos EUA.