Por AFP
Publicada em 25/09/2020 às 14h38
Os ministros das Finanças do G7 reiteraram, nesta sexta-feira (25), uma "determinação" para trabalharem juntos para apoiar os países mais pobres, declarando-se favoráveis a uma ampliação do mecanismo de suspensão da dívida anunciado em abril pelo G20 devido aos estragos causados pelo coronavírus.
Representantes dos sete países do grupo (Alemanha, Canadá, França, Japão, Reino Unido, Itália e Estados Unidos) acrescentaram que a extensão desta iniciativa deve refletir "o compromisso do G20 com a transparência e a coordenação das comunicações (...) e a necessidade de uma distribuição justa do valor entre todos os credores".
Após a reunião virtual, os ministros também renovaram seu apelo aos credores privados para que aceitem suspender a dívida dos países mais pobres, muito afetados pela crise de covid-19.
"A participação do setor privado está ausente, o que limita os possíveis benefícios para muitos países", disseram as nações do G7 em um comunicado conjunto divulgado pelo Tesouro dos Estados Unidos.
Na reunião de abril do Fundo Monetário Internacional (FMI) e do Banco Mundial, o G20 acordou uma suspensão imediata por um ano do pagamento da dívida dos países mais pobres do mundo, especialmente afetados pela pandemia.
Segundo o ministro saudita das Finanças, Mohamed al-Jadan, esta iniciativa terá um impacto de cerca de 20 bilhões de dólares em liquidez para os países beneficiados.
A iniciativa do G20, que beneficia mais de 70 países pobres, incluindo Honduras, Haiti e Nicarágua, prevê uma suspensão do pagamento de capital e de juros.
Na quinta-feira, o porta-voz do FMI, Gerry Rice, lembrou que, com excepção da China, as perspectivas econômicas dos países em desenvolvimento ainda são "difíceis".
Além disso, afirmou que o FMI vai defender no G20 a prolongação da iniciativa de suspensão dos pagamentos de dívida.
O presidente do Banco Mundial, David Malpass, celebrou o anúncio dos ministros do G7 no Twitter e disse que será preciso uma "maior transparência e ações para um alívio das dívidas, além de uma simples suspensão".
Na declaração conjunta, os ministros destacaram que lamentam as medidas tomadas por alguns países para não participar desta iniciativa, chamando suas instituições públicas de credores comerciais.
Além disso, reconheceram que alguns países precisarão de um novo alívio da dívida no futuro.
Neste sentido, fizeram um apelo ao grupo do G20 e aos credores do Clube de Paris para que fiquem de acordo com as condições na reunião de ministros das Finanças do mês que vem.