Por Notícia ao Minuto - Portugal
Publicada em 24/09/2020 às 15h44
Mark Carney disse hoje, num evento virtual organizado pelo secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), António Guterres, que a próxima conferência mundial sobre o clima, COP26, que se realiza em novembro de 2021 em Glasgow, Escócia, será o momento de "colocar fundações para que todas as decisões económicas futuras tenham em conta as alterações climáticas".
Nesse sentido, o enviado especial das Nações Unidas para Ação Climática e Finanças defendeu, nomeadamente, a imposição obrigatória de declarações aconselhadas pela Força-Tarefa TCFD, que obriga as empresas a divulgar avaliações sobre os riscos que representam para o clima.
A Task-force on climate-related financial disclosures (TCFD) visa desenvolver recomendações sobre divulgações voluntárias de informação financeira relacionadas com o clima, que sejam confiáveis e fornecer informações úteis à tomada de decisão para credores, seguradoras e investidores.
"É inaceitável que as empresas não digam quais são os seus riscos e oportunidades de que podem tirar vantagem" em relação ao clima, declarou Mark Carney no evento virtual organizado por António Guterres, incluído na semana de alto nível da Assembleia Geral.
Segundo Mark Carney, as declarações TCFD já estão a ser tornadas obrigatórias em países como o Canadá e Jamaica, e a União Europeia também está a trabalhar nesse sentido.
O enviado especial das Nações Unidas para Ação Climática e Finanças declarou também que a implementação do Acordo de Paris requer uma "completa transição económica" em todo o mundo.
Para Mark Carney, a transição para uma economia consciente dos riscos ambientais significa que "todas as companhias de todos os setores de todos os países terão de ajustar os seus planos de negócio".
O setor privado será o grande responsável para o financiamento, sublinhou Carney: "Precisamos de finanças privadas. É mesmo o financiamento privado que vai tornar os milhares de milhões [de dólares] de capital público nos biliões que realmente precisamos para toda essa transição económica".
Além do setor privado, o capital público e as parcerias público-privadas também representam grande parte da mobilização necessária, nomeadamente de instituições financeiras e bancos de desenvolvimento.