Porto Velho, RO – O jornal eletrônico Rondônia Dinâmica teve acesso exclusivo a um Memorando expedido por Kenia Ribeiro Marinho, gerente da Central de Regulação de Urgência e Emergência de Rondônia (CRUE/RO), onde alertou, há quase três meses, sobre casos de reinfecção do novo Coronavírus (COVID-19) em diversos servidores do setor.
O documento original o (a) leitor (a) confere ao fim da reportagem.
Trecho da manifestação da enfermeira diz o seguinte (a transcrição está exposta integralmente da maneira em que fora expedida, sem correções):
“[...] Informamos que no inicio do mês de maio dezessete (17) servidores foram contaminados por COVID-19, ficando em quarentena pelo período de 14 dias, e após esse período retornaram às suas funções normalmente. Ocorre que os mesmo servidores estão sendo reinfectados nesse mês de junho.
Esclarecemos que o trabalho da CRUE é desenvolvido por servidores administrativos que atendem a ligação e, após preencher uma ficha de atendimento com dados da solicitação, repassa o mesmo telefone para os médicos do plantão realizarem a regulação dos pacientes.
Devido a ausência de um sistema de transferência de linhas telefônicas internas, os servidores compartilham os mesmos aparelhos telefônicos, além disso, o espaço físico compromete o distanciamento adequado, por ser pequeno, as mesas são dispostas muito próximas entre si aumentando, dessa forma, a possibilidade de contaminação no setor.
Desta forma, verifica-se tratar de equipe multidisciplinar que alega que a reinfecção por COVID-19 neste setor, se dá pelo uso compartilhado de telefones e outros materiais, problemas estes que podem ser sanados ou reduzidos com um sistema adaptado de aparelhos telefônicos que possuam fones individuais que possam ser desinfectados nas trocas de plantões e também transferência de ligações entre os servidores administrativos e os médicos sem o repasse do aparelho e caso possível readaptação do espaço físico para distanciar os servidores uns dos outros [...]”, pontuou.
Empresários não querem doar
Houve uma tentativa de obter fones de ouvido (headphone) por doação, mas Érica de Oliveira Viana Barreto, em despacho feito via Agência Estadual de Vigilância em Saúde de Rondônia (Agevisa/RO), retornou sacramentando:
“Considerando que um dos setores mais afetados durante a crise pandêmica foi o setor comercial. Ainda assim muitos empresários, no início da pandemia, doaram consideravelmente para o Estado de Rondônia insumos, equipamentos e materiais para as unidades de saúde. Dessa forma informamos que na presente data, em tratativas com os possíveis parceiros, não estamos mais obtendo êxito nos pleitos. Informando ainda que foram feitas diversas tentativas com o setor empresarial e não conseguimos respostas positivas”.
Em outra passagem, anota:
“Considerando ainda que em reunião com o setor de planejamento do SCI foi colocado as demandas de doações e a real situação quanto as respostas e com isso foi acordado que as tentativas de doações de equipamentos seria encerrado, tendo em vista a grande negativa do setor empresarial”, deixando claro que os próprios empresários regionais, apesar de já terem contribuído muito, não o fazem mais.
“Diante disso, após análise a solicitação de vossa senhoria, solicitamos que encaminhem ao setor responsável para que seja realizada a abertura do processo de aquisição dos itens solicitados”, concluiu.
Por fim, Renata Caroline Pereira de Oliveira Guedes, municiada das informações expedidas pela Agevisa/RO, determinou à Gerência de Regulação que analise os autos “para conhecimento quanto ao exarado na solicitação”.
Em suma, nesta segunda-feira, 21 de setembro, quase 90 dias após Kenia Ribeiro Marinho alertar sobre casos de reinfecção do Coronavírus em pelo menos 17 servidores, a gestão Marcos Rocha, sem partido, ainda não providenciou a solução para o imbróglio.
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