Por Agência Brasil
Publicada em 23/10/2020 às 08h31
O segundo debate entre os candidatos à Presidência dos Estados Unidos, Donald Trump e Joe Biden, na noite dessa quinta-feira (22), foi mais moderado e apresentou duas visões de mundo muito diferentes, publica hoje (23) a imprensa mundial.
O jornal norte-americano New York Times destacou que o tom deste segundo e último debate foi, no geral, mais moderado do que no primeiro encontro, realizado no mês passado, entre o republicano e atual presidente, Donald Trump, e o democrata Joe Biden.
Se o teor desse segundo debate, que ocorreu na Belmont University em Nashville, foi mais moderado, o conflito em questões de substância e visão não poderia ter sido mais dramático, segundo o The New York Times.
Desde os primeiros minutos, os dois candidatos tomaram posições opostas sobre a pandemia do SARS-CoV-2 e Trump prometeu - desafiando as evidências - que a doença está desaparecendo. Biden pediu uma ação federal muito mais agressiva para o "inverno sombrio" que se avizinha.
Para o The New York Times, ambos deram previsões opostas para a pandemia do novo coronavírus e revelaram diferenças irreconciliáveis em questões que vão desde o resgate da economia e fortalecimento do sistema de saúde até o combate às mudanças climáticas e a reformulação do sistema de imigração.
O jornal norte-americano Washington Post também afirmou que o debate foi mais moderado que o anterior e que as visões de mundo são muito diferentes entre os dois candidatos.
Donald Trump tentou mostrar Joe Biden como um político atormentado por escândalos que falhou durante décadas na política, e Biden tentou retratar Trump como um demagogo que abusou criminosamente dos imigrantes e lidou mal com a pandemia do novo coronavírus.
As constantes interrupções do primeiro debate, escreve o Washington Post, foram substituídas por um contraste mais claro entre as suas visões conflitantes sobre o país e a trocas de ataques mais definidas.
Quando Trump tentou acusar Biden de ganhar dinheiro com a China, o ex-vice-presidente de Barack Obama lembrou que o chefe de Estado não divulgou as suas declarações de impostos, apesar das promessas de fazê-lo.
Imigração
Segundo o Washington Post, um dos momentos mais quentes da noite concentrou-se na política de Trump,de separar as crianças imigrantes de suas famílias na fronteira.
O portal na internet do jornal mexicano La Crónica destacou também como o momento mais dramático da noite a questão da política migratória, que afeta diretamente o México, que faz fronteira com os Estados Unidos e por onde entra grande parte dos imigrantes.
Na hora do debate sobre a política de imigração, Biden não perdeu a oportunidade de acusar o seu rival com a notícia recente sobre as 545 crianças que foram separadas de seus pais migrantes, há cerca de dois e três anos, cujos pais ainda não puderam ser localizado para reagrupamento familiar ordenado pela Justiça.
O jornal mexicano também lembrou a tentativa de Trump de fugir à responsabilidade pela crise de saúde causada pela pandemia do SARS-CoV-2.
O presidente dos EUA, Donald Trump, e o democrata Joe Biden ofereceram visões fortemente contrastantes sobre a pandemia do novo coronavírus, buscando persuadir os poucos eleitores indecisos 12 dias antes da eleição de 3 de novembro, segundo o diário mexicano.
Para o jornal canadense Toronto Sun, Trump adotou um tom mais contido do que durante o caótico primeiro debate presidencial em setembro, quando interrompeu Biden repetidamente.
Mas, segundo o diário, o confronto de ontem ainda apresentou muitos ataques pessoais entre dois homens que demonstram pouco respeito um pelo outro e Trump continuou a levantar acusações de corrupção infundadas sobre Biden e sua família.
O Toronto Sun disse que os candidatos entraram em confronto sobre saúde, relação com a China e - após meses de protestos antirracismo - relações raciais, com Biden afirmando que Trump foi "um dos presidentes mais racistas" da história.
O jornal francês Le Monde disse que o debate presidencial não viu um, mas uma vencedora, a moderadora Kristen Welker, da televisão NBC, que conseguiu controlar os candidatos.
Desta vez, segundo o Le Monde, os eleitores puderam ouvir os dois candidatos, que se opõem em praticamente todas as questões, apresentando suas ideias, sua visão dos Estados Unidos, mas também as críticas ao adversário, de maneira ordenada e inteligível.
Para o Le Monde, o candidato democrata, favorito nas sondagens, soube resistir ao bom desempenho de Trump neste encontro mais pacífico que o anterior, em que a crise do novo coronavírus, a imigração, o racismo, a economia norte-americana foram os pontos principais do debate.
Já o jornal britânico The Guardian sublinhou que a noite em Nashville começou com relativa calma, com os rivais apresentando os seus argumentos finais à nação, em plena pandemia que matou mais de 220 mil norte-americanos e infectou outros milhões, incluindo o presidente Donald Trump.
A eleição presidencial norte-americana será realizada no dia 3 de novembro.