Por G1
Publicada em 12/10/2020 às 09h47
O incêndio que durante mais de duas semanas destruiu 75,4 mil hectares na Chapada dos Veadeiros foi extinto, anunciaram neste domingo (11) o Corpo de Bombeiros e o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio).
Em nota, as entidades afirmaram que o controle das chamas foi possível após operações noturnas e também com a ajuda da chuva.
Registros do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) indicaram que na sexta (9) caiu uma chuva leve, de 1,2mm, em Alto Paraiso e em Caiapônia. Já em São Simão, foram apenas 0,2 mm.
Até sábado (10), 123 profissionais, entre bombeiros, brigadistas do ICMBio, voluntários, policiais militares e equipes da Prefeitura de Alto Paraíso, atuavam para combater o incêndio.
Após 16 dias, termina incêndio que destruiu mais de 75 mil hectares de vegetação na Chapada dos Veadeiros — Foto: Divulgação/Corpo de Bombeiros
Após avaliação do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) neste domingo, as corporações informaram que satélites não detectaram mais focos de calor na região. A extinção das chamas foi confirmada por um drone.
Mais de 75 mil hectares destruídos
O fogo teve início no dia 25 de setembro, em uma propriedade rural no município de Cavalcante, no interior da Área de Proteção Ambienta (APA) do Pouso Alto.
Segundo a nota dos bombeiros e do ICMBio, dos 75.455 hectares destruídos pelo fogo, 24 mil são no interior do Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros, o que corresponde a 10% de sua área total. Outros 51 mil hectares estão na APA Pouso Alto, o que corresponde 6% da Unidade de Conservação.
Ao longo dos 16 dias de combate às chamas, 250 profissionais do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), Corpo de Bombeiros Militares do Estado de Goiás (CBMGO), Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA/PREVFOGO) e Brigadistas Voluntários da Rede Contra Fogo e da Brigada Voluntária Ambiental de Cavalcante (BRIVAC), atuaram na região. Eles tiveram o apoio de cinco aviões, um helicóptero e 30 veículos.
Protesto após visita do ministro do Meio Ambiente
No sábado (10), o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, sobrevoou a área incendiada. Nas redes sociais, ele fez posts manifestando apoio e dizendo que estava na "linha de frente" nas ações desenvolvidas para extinção do incêndio, que já consumiu 67 mil hectares de vegetação.
Após a visita do ministro, moradores da região protestaram distribuindo plaquinhas pelas ruas de Alto Paraíso com as escritas: "fora Salles". Segundo uma das moradoras, que não quis se identificar, o ministro chegou à região após semanas de incêndio, se "gabando" do trabalho realizado por brigadistas que, em muitos casos, são voluntários.
Além disso, outra situação que está revoltando parte dos moradores é a utilização de um "retardante de fogo", que estaria sendo cogitado o uso na Chapada dos Veadeiros, por parte do ministério, segundo os moradores.
Em nota ao G1, sobre as críticas relatadas, a assessoria do Ministério do Meio Ambiente chamou os moradores de "maconheiros" e disse que a opinião deles "não tem relevância".
"A opinião de meia dúzia de maconheiros não tem relevância", escreveram, em nota.