Por Folha do Sul/Rildo Costa
Publicada em 21/10/2020 às 13h45
O plantio de soja está em andamento na região de Cerejeiras. Com atraso por conta da falta de chuvas consistentes, boa parte dos produtores já semeia a próxima safra do grão mais renomado da agricultura brasileira.
Segundo o presidente do Sindicato Rural de Cerejeiras, Jair Roberto Gollo, ainda são poucos os produtores que já plantaram. “Eu estimo que de 10% a 15% da área total já foi semeada. Teve produtores que tiveram que replantar. Estamos um pouco atrasados, pois está chovendo somente em alguns lugares. Alguns produtores nem começaram o plantio ainda”.
“Tudo começa com ela”, diz o pecuarista Fabio Andreazza, engenheiro agrônomo por formação e presidente da Copama, uma cooperativa de produtores rurais fundada em Vilhena e que está fortemente presente na região de Cerejeiras. “A semente é o início de todo ciclo produtivo. Por isso é muito importante a escolha de uma boa semente”.
A Copama, inclusive, implantou iniciativas para que a semente plantada pelos cooperados seja de excelente qualidade.
Segundo o diretor comercial da cooperativa, Paulo Henrique Maroneze, as iniciativas incluem ações de monitoramento e testes das sementes. “Visitamos as empresas fabricantes das sementes para ver como elas são produzidas em Goiás e Mato Grosso. Depois trouxemos uma amostra do lote que seria enviado para os cooperados da Copama e testamos. Em seguida, quando a semente é enviada, testamos o lote enviado também. Os testes da semente são realizados pela AgroFarm, uma empresa de pesquisa agronômica em Cerejeiras contratada pela cooperativa”, disse o diretor comercial da Copama.
Além disso, segundo Maroneze, a Copama envia técnicos agrônomos na propriedade do cooperado no momento do plantio, para que o manuseio da semente, como a mistura das soluções químicas, seja feita de forma correta. “O Programa Copama+10 oferece todo suporte para o cooperado, e isso inclui garantir que o plantio do produtor será feito com uma semente de qualidade”, disse o diretor comercial da cooperativa.
Uma semente de qualidade tem vigor e potencial produtivo. Como explica o agrônomo Hugo Dan, da AgroFarm, a legislação brasileira obriga que a semente de soja vendida ao produtor tenha pelo menos 80% de germinação. “Mas vale lembrar que a germinação não é um fator que demostra qualidade. A qualidade envolve outras características, como o potencial produtivo da planta que surgir da semente”, diz o agrônomo, que enviou ao FOLHA DO SUL ONLINE a foto que ilustra esta reportagem. A imagem mostra um canteiro de pesquisa com testes de sementes de soja para esta safra.
No momento do plantio, a forma como o produtor lida com a semente também pode alterar a qualidade dela. O armazenamento inadequado, por exemplo, faz com ela perca vigor. Na hora de misturar as soluções na plantadeira, como fungicidas, inseticidas e outras substâncias químicas, que são aplicadas na semente no ato da semeadura, por exemplo, é preciso observar as doses corretas indicadas pelos técnicos.
Com todos esses cuidados, a preocupação dos produtores com a qualidade da semente é um dos aspectos que demonstram o desenvolvimento da agricultura na região de Cerejeiras.