Por Notícia ao Minuto - Portugal
Publicada em 09/10/2020 às 15h23
"O PAM desenvolve um excelente trabalho em muitos países e estou muito feliz pelos nossos amigos e colegas, assim como por toda a família das Nações Unidas", disse Tedros Ghebreyesus no início da conferência de imprensa da direção da OMS, hoje, em Genebra, adiantou a EFE.
A OMS chegou a ser apontada como possível candidata ao Nobel da Paz deste ano pelo seu papel na coordenação da luta contra a pandemia de covid-19, ainda que tenha também sido criticada por esse papel ao longo deste ano.
O PAM colaborou diretamente com a OMS na atual pandemia, utilizando, por exemplo, a sua ampla rede de transporte de ajuda humanitária para distribuição de máscaras, equipamento de proteção, medicamentos e outros instrumentos contra a covid-19.
O Prémio Nobel da Paz foi hoje atribuído ao Programa Alimentar Mundial (PAM) pelos esforços para combater a fome e para melhorar as condições para a paz em zonas de conflito, anunciou o Comité Nobel Norueguês.
O anúncio foi feito em Oslo pela presidente do comité, Berit Reiss-Andersen, que justificou a distinção do PAM com "os seus esforços para combater a fome, o seu contributo para melhorar as condições para a paz em áreas afetadas por conflitos e por agir como uma força motriz nos esforços para prevenir o uso da fome como uma arma de guerra e de conflito".
O Comité Nobel assinalou que a pandemia do novo coronavírus fez aumentar a fome que milhões de pessoas enfrentam em todo o mundo e pediu aos governos que garantam que o PAM e outras organizações de ajuda recebem o apoio financeiro necessário para as alimentar.
Em reação, o PAM agradeceu o galardão considerando tratar-se de "um poderoso lembrete ao mundo de que paz e erradicação da fome são indissociáveis".
Ainda na conferência de imprensa de hoje, a OMS referiu a situação da pandemia em Espanha, nomeadamente na zona de Madrid, tendo Ghebreyesus expressado a sua confiança na ação do Governo espanhol ao declarar hoje o estado de emergência para vigorar durante 15 dias, ainda que as restrições de movimentos decretadas tenham sido invalidadas pela justiça.
"Trabalhámos de forma muito próxima com Espanha, respeitamos a sua liderança e temos total confiança de que foi tida em conta a situação local na hora de decidir as medidas", disse Ghebreyesus na conferência de imprensa, sublinhando ainda que a situação atual é diferente da que se viveu em março e abril, com um elevado número de contágios e de mortes, quando agora só os contágios se mantêm em números elevados.
Já o diretor da OMS para Emergências Sanitárias, Mike Ryan, referiu as diferenças de entendimento dos Governos nacional e local em Espanha em relação à região de Madrid, reconhecendo que nem sempre é fácil "acordar uma política única" e adiantou que a OMS não deu orientações a Espanha sobre como proceder, mas "oferece assessoria quando lhe pedem".
Disse ainda que o aumento de casos na Europa não tem necessariamente que originar novos confinamentos, ressalvando que podem ser necessários numa perspetiva local, onde o distanciamento físico seja mais difícil.