A Comissão Eleitoral Central do Quirguistão anunciou nesta terça-feira (6) a anulação do resultado das eleições legislativas de domingo, nas quais os partidos favoráveis ao presidente foram os grandes vencedores.
Em um comunicado reproduzido na internet, a comissão anunciou que "os resultados das eleições legislativas que aconteceram em 4 de outubro de 2020 foram invalidados". Nos últimos dois dias houve protestos que deixaram ao menos um morto no país da Ásia central.
Grupos de oposição disseram que tomaram o poder, depois de terem entrado em prédios do governo durante protestos na capital, Bisqueque. O presidente Sooronbai Jeenbekov disse que o país enfrenta uma tentativa de golpe de Estado.
Ele pediu calma e deu ordem para que as forças de segurança não abram fogo contra os manifestantes. De acordo com dados oficiais, além da pessoa que morreu, 590 outras ficaram feridas durante os protestos.
Os manifestantes protestam contra os resultados das eleições parlamentares. A votação aconteceu no domingo, e dois partidos da base governista foram os grandes vencedores (veja mais abaixo). Eles chegaram a jogar móveis e papéis do governo para fora do prédio.
O prédio do governo, que recebe o nome de Casa Branca, como o dos Estados Unidos, foi invadido e uma parte dele até pegou fogo por alguns momento (o incêndio foi rapidamente controlado).
Protestos no Quirguistão
Manifestação na cidade de Bisqueque, a capital do Quirgistão, contra as eleições parlamentares de 2020 — Foto: Vladimir Pirogov/Reuters
Os manifestantes antigovernamentais também invadiram o edifício do Parlamento. Os manifestantes contrários ao governo teriam libertado da prisão o ex-presidente Almazbek Atambayev, informou à agência France Presse um de seus defensores, o ativista Adil Turdukuov.
Os ativistas ocuparam as instalações do Comitê de Segurança Nacional, onde Atambayev estava preso, libertaram o ex-chefe de Estado "sem fazer uso da força, nem de armas" e sem enfrentar resistência dos guardas, disse Turdukuov.
Resultados das eleições
Os resultados iniciais das eleições de domingo apontavam que dois partidos governistas iriam dominar o Parlamento. Há relatos de compra de votos.
Um político da oposição se autonomeou o procurador geral e sugeriu que os resultados devessem ser anulados, de acordo com a mídia local.
Os textos dos jornais afirmam que 12 partidos assinaram um documento que exigia que as autoridades cancelassem as eleições do domingo e convocassem uma nova votação.
Um órgão de observação, a Organização para Segurança e Cooperação na Europa afirmou em um relatório que os direitos fundamentais e as liberdades foram respeitadas nas eleições, mas que existem alegações críveis de compra de voto.
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