A revista "Nature" anunciou seu apoio ao candidato democrata à Casa Branca, Joe Biden. Em editorial publicado na quarta-feira (14), a revista criticou o desprezo do presidente Donald Trump pela ciência e sua "resposta desastrosa" durante a pandemia do novo coronavírus.
"O desprezo do governo Trump pelas regras, ciência, instituições democráticas e pelos fatos ficou claro na sua resposta desastrosa à pandemia da Covid-19", escreve a 'Nature'.
A revista é uma das mais respeitadas entre os títulos científicos e foi fundada em 1869. Não é a primeira vez que a publicação britânica declara apoio a um candidato presidencial. Em 2012, ela defendeu o democrata Barack Obama, e em 2016, Hillary Clinton.
A "Nature" criticou também a retirada dos Estados Unidos do Acordo de Paris sobre as mudanças climáticas e de instituições internacionais como a Organização Mundial da Saúde (OMS) e questionou as "interferências do governo nas agências científicas e de saúde".
"Nenhum outro presidente na história recente chegou ao ponto de politizar as agências governamentais e removê-las do trabalho científico", disse a revista. "As ações do governo Trump aceleram as mudanças climáticas, destroem a natureza, poluem o ar e matam a vida selvagem."
A publicação britânica disse que "Trump fracassou de forma catastrófica no momento mais importante", em referência aos mais de 215 mil mortos por coronavírus nos Estados Unidos – o país ocupa a primeira posição no número de mortos e infectados pela doença.
"Donald Trump se tornou um ícone para aqueles que buscam semear o ódio e a divisão", diz a 'Nature'.
A "Nature" pede aos eleitores que votem no candidato democrata em 3 de novembro: "A confiança de Joe Biden na verdade, nas evidências, na ciência e na democracia fazem dele a única opção possível nas eleições americanas".
Em setembro, pela primeira vez em 175 anos de existência, a revista científica "Scientific American" também anunciou seu apoio a Biden, acusando Trump de se opor à ciência e de "negar" as mudanças climáticas.
Na semana passada, o "New England Journal of Medicine" denunciou o "fracasso das autoridades americanas" em sua gestão da crise da Covid-19: "Não devemos apoiá-los e tolerar a morte de outros milhares de americanos, permitindo que se mantenham em seus cargos".
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