Por Waldir Costa / Rondônia Dinâmica
Publicada em 21/11/2020 às 10h15
Desde a implantação da urna eletrônica nas eleições de 2000, que a maneira de fazer político mudou no Brasil. Ou deveria ter mudado. Este ano o coronavírus provocou reações das mais diversas, pois a eletrônica passou a ser essencial, não mais um complemento.
Devido a facilidade de poder colocar publicidade até no dia das eleições, os jornais impressos eram priorizados pela maioria dos políticos em eleições anteriores. Quem conseguisse maior espaço tinha mais possibilidade de conseguir atingir o objetivo, ou seja, o eleitor.
Em 2016, nas eleições municipais (prefeito vice e vereador) as redes sociais foram fundamentais, para quem soube utilizá-las para conseguir ser vitorioso, eleger os novos governantes, sejam a cargos majoritários ou proporcionais. O cenário das eleições deste ano é totalmente diferente e houve até a possibilidade de adiamento com a prorrogação dos mandatos dos prefeitos, vices e vereadores com a coincidência de mandatos do presidente da República, governadores, duas das três vagas ao Senado, Câmara Federal e Assembleias Legislativas devido ao coronavírus.
Após intensas discussões no Congresso Nacional a opção foi pelo adiamento de outubro para novembro. No primeiro turno realizado no último dia 15 a maioria dos prefeitos e vices foram eleitos, assim como os vereadores. No próximo dia 19 serão realizadas eleições em segundo turno para escolha dos novos prefeitos e vices de inúmeros municípios em todo o País. Em Rondônia somente em Porto Velho, que tem colégio eleitoral superior a 200 mil eleitores e possibilidade de dois turnos.
Praticamente sem os jornais, pouca utilização da propaganda eleitoral e praticamente sem os debates nas TVs as eleições em segundo turno dependerão, quase que exclusivamente das redes sociais e dos sites. É a informática ocupando a cada dia maior espaço, inclusive na política, apesar de reclamações e denúncias constantes sobre a eficiência das urnas eletrônicas, que também faz parte da evolução da tecnologia no processo eleitoral.
As eleições de ontem são bem diferenciadas das realizadas recentemente. As campanhas eleitorais eram realizadas durante três meses. Quando um projeto não engrenava, não mobiliza o eleitor, os candidatos tinham condições de muda-lo, pois havia tempo para formata-lo junto ao eleitorado, hoje não.
Nas eleições deste ano os problemas foram maiores devido ao coronavírus, que impôs ao planeta uma nova forma de vida. A necessidade de isolamento social não permite os grandes comícios de eleições anteriores. Os debates nas grandes redes de TVs eram da maior importância, pois atingia a maioria da população que, sem opções de novelas e outros programas preferidos, compulsoriamente assistia aos debates.
Candidato que não tem uma boa equipe, especializada em fomentar material específico para as redes sociais e sites eletrônicos com texto curtos, claros e objetivos tiveram dificuldades no primeiro turno e terão no segundo. Campanha política eletrônica não é entulhar os grupos de WhatsApp com material extenso e repetitivo.
Tem que se admitir que os tempos mudaram. Que a informática é uma realidade e não tem volta. A política do passado, de tapinha nas costas, dos discursos eloquentes não tem mais espaço na política moderna.
Em Rondônia a expectativa é sobre quem será o próximo prefeito de Porte Velho, cargo que está sendo disputado pelo prefeito Hildon Chaves (PSDB), que concorre à reeleição ou a vereadora Cristiane Lopes (PP). Segundo turno é uma eleição completamente diferente do primeiro, quando 15 concorrem ao cargo na capital. A disputa com dois candidatos é mais difícil, porque um voto revertido representa dois. Exemplo: se estiver 1x 1 e um voto for revertido, não fica 2x1, mas 2x0. Um vale dois.