Por AFP
Publicada em 25/11/2020 às 14h55
Baku anunciou nesta quarta-feira(25) que iniciou uma investigação sobre possíveis crimes de guerra cometidos por tropas armênias e azerbaijanas durante as seis semanas do conflito mortal em Nagorno Karabakh.
O procurador-geral Kamran Aliev disse à AFP que seu gabinete está investigando principalmente vídeos que mostram o tratamento degradante a prisioneiros azerbaijanos e a corpos de soldados.
"Também lançamos uma investigação sobre o tratamento desumano a soldados armênios que foram feitos prisioneiros", acrescentou ele durante uma entrevista.
"Existem muitos vídeos falsos. Mas deve-se reconhecer francamente que também existem vários que podem ser autênticos", continuou Aliyev. "O Azerbaijão é um Estado de Direito, por isso reagimos a esses fatos", acrescentou.
Vídeos nas redes sociais durante e após a guerra mostram supostas execuções de prisioneiros armênios por azerbaijanos e a profanação de seus corpos.
Os dois lados se acusam mutuamente de ter bombardeado deliberadamente áreas povoadas. De acordo com Kamran Aliev, foram abertas 73 investigações criminais relacionadas a bombardeios de alvos civis pelas forças armênias.
Esses ataques "custaram a vida de 94 civis", disse ele, acrescentando que quatro líderes separatistas armênios, incluindo o presidente de Nagorno Karabakh, Arayik Harutiunian, foram indiciados por crimes de guerra.
O procurador-geral disse à AFP que tanto sua equipe quanto os serviços de segurança também estão investigando a implantação de combatentes estrangeiros no campo secessionista armênio.
O Azerbaijão afirmou que armênios da 'diáspora' lutaram em Nagorno Karabakh, enquanto Erevan acusa a Turquia de ter enviado mercenários do norte da Síria em apoio aos azerbaijanos, algo que Baku e seu aliado Ancara rejeitam.