Por SEEB-RO
Publicada em 02/11/2020 às 08h53
Menos de 24 horas após as manifestações e protestos do Dia Nacional de Luta Contra as Demissões no Banco Bradesco, que aconteceu simultaneamente em todo o país e que, em Rondônia, paralisou agências em Porto Velho, Ariquemes e Cacoal (além de manifestação com faixas e cartazes em Rolim de Moura), o banco voltou a demitir no estado. Dessa vez foram duas bancárias desligadas de ontem (29/10) para hoje (30/10), uma em Ouro Preto do Oeste e outra em Porto Velho, ambas oriundas do extinto HSBC, ‘incorporado’ pelo Bradesco no processo de fusão de 2016.
De acordo com o Sindicato dos Bancários e Trabalhadores do Ramo Financeiro de Rondônia (SEEB-RO), a bancária demitida hoje em Porto Velho tinha mais de 23 anos de banco, e a de Ouro Preto, 17, o que comprova que o Bradesco despreza toda e qualquer dedicação de seus empregados, assim como não dá a mínima se estes bancários estão adoecidos, se possuem alguma estabilidade profissional. O que importa, para o banco, é demitir. E um exemplo cabal desta sanha abominável do Bradesco é o desligamento recente de uma bancária de Ariquemes, que foi mandada embora mesmo estando grávida e, mesmo com nossa tentativa de diálogo, o banco continua irredutível em revogar esta demissão desumana.
“Mesmo com todos os protestos, que acontecem a nível nacional e que ganham as ruas e chegam ao conhecimento público, mesmo com as campanhas virtuais massificadas nas redes sociais, como os tuitaços promovidos pelo movimento sindical, alcançando os Trending Topics no Twitter brasileiro, ainda assim o Bradesco não para de demitir. É como se o banco estivesse obcecado em tirar o sustento de tantos pais e mães de família que, neste cenário de pandemia e crise econômica e com desemprego batendo recordes, precisam do seu emprego mais do que nunca. É desumano e imoral”, avalia José Pinheiro, presidente do Sindicato.
O Dia Nacional de Luta Contra as Demissões no Banco Bradesco fez parte de uma campanha que o movimento sindical bancário realiza em todo o país, com o objetivo de denunciar a quebra do compromisso assumido pela Federação Nacional dos Bancos (Fenaban), feito em mesa de negociação com o Comando Nacional Bancário, de não realizar demissões durante a pandemia.
Os bancos já demitiram mais de 12 mil trabalhadores este ano, de acordo com do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) do Ministério da Economia. Um claro descumprimento ao acordo firmado em março.
O Bradesco fechou 372 agências no terceiro trimestre do ano. Ao final de setembro, eram 4.167 agências físicas. O número de demissões chegou em 853 e o total de funcionários era de 95.934 ao final de setembro.