Por G1
Publicada em 03/11/2020 às 14h51
O Estado Islâmico reivindicou os ataques coordenados na noite desta segunda-feira (2) em Viena, na Áustria. Nesta terça-feira (3), as autoridades austríacas já haviam afirmado que o autor do atentado era um simpatizante do grupo terrorista e natural da Macedônia do Norte. Ele foi morto pela polícia.
O ministro do Interior, Karl Nehammer, anunciou que 14 suspeitos foram detidos após os ataques e descartou a participação de um segundo atirador.
Uma grande parte do centro de Viena ainda estava isolada na manhã desta terça-feira, com a perícia trabalhando nos locais dos ataques.
A série de tiroteios começou perto de uma sinagoga e se espalhou por outros locais, inclusive a Ópera de Viena. Foram nove minutos de tensão, e os tiros foram disparados em ao menos seis locais.
O chanceler do país, Sebastian Kurz. Nehammer, classificou o incidente como "repugnante ataque terrorista". "Nunca nos deixaremos intimidar pelo terrorismo e combateremos esses ataques por todos os meios".
As vítimas são um casal de idosos, um pedestre jovem e uma garçonete, segundo o chanceler.
O rabino da comunidade judaica de Viena, Schlomo Hofmeister, disse não saber se a sinagoga era alvo do ataque: "O edifício estava fechado e o bairro é o mais movimentado da cidade".
Da janela de seu apartamento, o rabino presenciou os tiros. "O homem correu em direção aos clientes dos bares com sua arma", afirmou Hofmeister. "O tempo estava bom e era véspera do confinamento, sem dúvida ele aproveitou a situação para provocar um banho de sangue".
Luto oficial
Ainda atordoados, os moradores de Viena se esqueceram até mesmo do novo confinamento, que entrou em vigor hoje para tentar conter a segunda onda de Covid-19 na Europa.
A Áustria decretou três dias de luto nacional, e o presidente Alexander van der Bellen e outras autoridades participaram em uma cerimônia de homenagem às vítimas.
Policiais e soldados fazem a proteção de prédios importantes da capital, e as crianças não foram à escola por precaução.
Agressor identificado
O suspeito pelos ataques tinha de 20 anos, era natural da Macedônia do Norte e tinha nacionalidade austríaca.
Ele foi condenado a 22 meses de prisão em 2019 por tentar viajar à Síria para unir-se ao grupo Estado Islâmico.
Segundo o governo, ele estava armado com um rifle e um cinto falso de explosivos.
Ataques na França
Até ontem, a Áustria permanecia à margem dos atentados islâmicos que atingem o continente nos últimos anos. Mas o ataque de ontem ocorre em meio a uma grande tensão na Europa.
Na França, três pessoas foram assassinadas na quinta-feira (29) a facadas na Basílica Notre-Dame de Nice por um jovem tunisiano que havia acabado de chegar ao continente.
Uma das vítimas foi a brasileira Simone Barreto, que morava havia 30 anos na França. A baiana era chefe de cozinha, estava rezando quando levou vários golpe de faca e deixou três filhos.
Dias antes, o professor Samuel Paty foi decapitado nos arredores de Paris após mostrar caricaturas do profeta Maomé durante uma aula sobre liberdade de expressão.