Por France Presse
Publicada em 19/11/2020 às 15h10
Estudantes da Universidade Chinesa de Hong Kong (CUHK) seguram os nomes de 12 detidos na China durante protesto em 19 de novembro de 2020 — Foto: Sharon Tam/Reuters
Dezenas de estudantes da Universidade Chinesa de Hong Kong (CUHK) desafiaram nesta quinta-feira (19) a lei de segurança nacional imposta por Pequim em junho, após meses de enormes protestos no território semiautônomo.
Os universitários entoavam palavras de ordem como "Façam a revolução, libertem Hong Kong!" e "Uma saída, Hong Kong independente!", entre vários outros slogans, como parte de uma cerimônia de formatura improvisada.
São as mesmas palavras de ordem que ressoaram durante as grandes manifestações de 2019, declaradas ilegais pela nova lei de segurança nacional. Imposta por Pequim, ela prevê penas que podem chegar à prisão perpétua.
Os manifestantes também cantaram "Glory to Hong Kong", música proibida pela nova lei.
A universidade, que em 2019 foi palco de confrontos vezes violentos entre estudantes e policiais, afirmou em nota que denunciou à polícia pichações que foram feitas em vários locais.
"Meu maior desejo, no dia da minha formatura, é a queda do Partido Comunista Chinês", afirmou um dos estudantes, que se identificou à agência de notícias France Presse como Wong, de 22 anos.
Autoridades chinesas alegam que a nova lei de segurança afeta apenas "uma pequena minoria" e que a proibição de algumas opiniões ajudou a pôr fim aos amplos protestos.
A lei de segurança foi aprovada sem passar pelo Parlamento de Hong Kong, e os críticos do texto dizem que ele compromete gravemente as liberdades garantidas pelo acordo que devolveu a ex-colônia britânica à China em 1997.