Por SEEB-RO
Publicada em 16/11/2020 às 11h39
O Sindicato dos Bancários e Trabalhadores do Ramo Financeiro de Rondônia (SEEB-RO) se reuniu na manhã desta segunda-feira, 16/11, com a gerência executiva do INSS local, para tentar solucionar o problema do péssimo atendimento prestado por alguns peritos médicos a bancários portadores de doenças ocupacionais.
O presidente do Sindicato, José Pinheiro, e o Secretário de Saúde do SEEB-RO, Ricardo Vítor, foram recebidos pelo diretor executivo do INSS, Saulo Sampaio Macedo, acompanhado de Eliane Esteves, chefe de Manutenção de Pagamento de Benefícios, e Adrielle Pascoal, chefe de Serviços de Benefícios.
O Sindicato tem recebido inúmeras queixas de bancários que são portadores de doenças adquiridas no trabalho, que receberam laudo de “inapto” assinado por médico do Trabalho do próprio banco, e que ao procurarem o INSS tem recebido um atendimento desrespeitoso por parte de alguns peritos médicos. Estes bancários, mesmo apresentando uma vasta documentação com laudos e exames feitos por médicos especialistas (ortopedistas, por exemplo), que confirmam que eles estão adoecidos, recebem de alguns peritos médicos (de outras especialidades na Medicina, como ginecologia, por exemplo) o não reconhecimento nem do auxílio doença (B 31) e muito menos do auxílio acidente de trabalho (B 91), deixando, com isso, o trabalhador numa espécie de limbo previdenciário, pois fica sem receber salário do banco e sem o benefício previdenciário.
“Esses bancários trabalharam diariamente na pandemia, na linha de frente no combate ao coronavírus, para atender à população que necessitava do pagamento de alguns benefícios num momento de forte crise econômica e social. E muitos destes bancários acabaram sendo contaminados, e mesmo assim continuaram sacrificando a própria saúde para ajudar a quem mais precisa, e quando recorrem ao INSS, o que recebem em troca é o desprezo e desrespeito por parte de alguns peritos médicos, que quando atendem, não reconhecem a doença do trabalhador e, com isso, deixa esses pais e mães de família numa situação de maior insegurança e desespero”, explicou Pinheiro.
O gerente executivo do INSS, Saulo Macedo, explicouque os peritos médicos não são mais vinculados ao INSS, pois desde a Lei 13.846/2019 (que criou a carreira dos Peritos Médicos Federais), os peritos que atuam na via administrativa do INSS agora estão vinculados à Subsecretaria de Perícia Médica Federal(SPMF), do Ministério da Economia, e não maisdiretamente à autarquia previdenciária.
“Os peritos médicos atualmente não mais são considerados funcionários do INSS, compondo quadro de carreira pertencente ao Ministério da Economia, e no caso de Rondônia, esses profissionais respondem diretamente à coordenadoria situada em Manaus (AM)”, explicou Saulo, que prometeu entrar em contato com a coordenadoria em Manaus e mediar uma reunião com o SEEB-RO.
O Sindicato continua atento às denúncias sobre peritos médicos, e caso o problema não seja solucionado com o diálogo com os representantes destes profissionais de saúde, vai levá-las ao conhecimento do Ministério Público do Trabalho (MPT) e Conselho Regional de Medicina (CRM).