Por France Presse
Publicada em 01/12/2020 às 08h56
Sem conseguir sair de sua casa em Perpignan, no sudoeste da França, há anos, um homem pesando cerca de 300 quilos foi tirado do local nesta terça-feira (1º) por um guindaste, após horas de preparação e intervenção de quase 50 pessoas.
A delicada e arriscada operação exigiu a destruição de parte da fachada da casa de dois andares de Alain Panabière, situada num bairro com ruas estreitas.
O homem de 53 anos foi transportado horizontalmente em um grande contêiner branco, suspenso por um guindaste, e depois colocado em uma ambulância especial, informou a prefeitura do Departamento dos Pirineus Orientais.
Mais de 50 pessoas foram mobilizadas desde a manhã, entre policiais, bombeiros e equipes médicas, mas também funcionários da prefeitura e do departamento.
"Para não correrem risco, os vizinhos foram convidados a deixar temporariamente suas residências durante a operação", disse a prefeitura.
Panabière foi levado a um hospital em Montpellier para uma "avaliação global" de seu estado de saúde, antes de ser transferido, em algumas semanas, para um centro de reabilitação, de acordo com o chefe do departamento de endocrinologia e diabetes, Antoine Avignon.
"Quando movimentamos uma pessoa imobilizada por dois a cinco anos, existe o risco de descompensação circulatória, de trombose. É um sistema cardiovascular que fica em repouso por muito tempo que é reativado", disse o médico.
Recluso em casa há anos e imobilizado no chão por mais de um ano "depois de provavelmente ter quebrado uma perna", segundo seu advogado Jean Codognès, Panabière era alimentado por seu irmão, mas seu estado de saúde estava piorando rapidamente.
Após meses de negociações entre sua família, seu advogado e as autoridades, foi encontrada uma solução e a operação foi preparada e coordenada pelos serviços do Estado, do departamento e da prefeitura.
Codognès enviou uma carta ao ministro do Interior, Gérald Darmanin, no final de outubro, para pedir uma intervenção urgente. Poucos dias depois, seu cliente e a Liga Nacional contra a Obesidade entraram com uma queixa por "não assistência a uma pessoa em perigo".