Por Rondoniadinamica
Publicada em 22/12/2020 às 09h50
Porto Velho, RO – As nuances das sanções aplicadas pelo Poder Judiciário e suas respectivas fragilidades em termos de execução prática tornam impossível sacramentar eventual candidatura de Ivo Cassol para o pleito de 2022.
O contrário, para deixar claro, também é premissa verdadeira.
Agora, os sinais jogados ao léu são dos mais variados. Há pouco, Cassol estava aquartelado em uma de suas propriedades situadas no Município de Rolim de Moura, isto logo após encerrar seu mandato como senador da República.
Sumiu, resolveu se resguardar.
Mas para homens como o ex-governador, que se habituaram ao ar rarefeito das convenções da vida pública, manter-se aprisionado longe dos holofotes não parece opção.
A despeito da sentença imposta pelo Supremo Tribunal Federal (STF), e levando em conta ainda o fato de a última aparição na imprensa ter sido em imagens de vídeo gravadas no Corpo de Bombeiros onde o ex-congressista surgia carimbando papéis, parte da pena alternativa que o livrou da cadeia, inclusive, sim, ele está de volta. E colocando timidamente a cabeça fora do casco, apesar de as aparições serem cada vez mais crescentes.
É sabido que Cassol tem sua torcida e ainda carrega em sua órbita a entourage de outrora. Antigamente, costumava dizer por aí que ninguém é bom sozinho. A verdade é que ele, no campo eleitoral, funciona de maneira bastante singular sem necessitar de muito aparato extra senão o próprio nome; quando surge apoiando outras pessoas num campo macro da política e objetivando testar sua popularidade, aí já é bem ruim.
De qualquer forma, às suas pernas estão atadas as mais pesadas âncoras da Justiça. E não importa se as punições estejam ou não em vigor. A vida de quem já ocupou e ainda visa reestabelecer-se em cargos eletivos é passar por um eterno pente-fino, que inclui, obviamente, a análise da ficha pregressa.
Isto, para todos os efeitos, será vastamente usado em hipotética disputa eleitoral pelos seus adversários, especialmente Coronel Marcos Rocha, sem partido, que certamente virá à reeleição.
O ex-mandatário do Executivo estadual, lado outro, frise-se, é um expoente significativo regional, com eleitorado bastante contundente provado nos escrutínios populares pelos quais passou.
Resolvendo seus problemas com o Judiciário e ocasionalmente conquistado o aval deste para pleitear o assento principal do Palácio Rio Madeira, Cassol pode se tornar um problema para os planos de Rocha e dos demais partícipes do pleito em 2022.