Por AFP
Publicada em 08/12/2020 às 09h16
Os dois astronautas que caminharem sobre a Lua deverão trazer para a Terra 85 quilos de amostras de materiais diversos, extraídos da superfície e do subsolo, recomenda um extenso relatório da Nasa, que enumera as operações científicas que deverão ser realizadas, o que deverá ocorrer em 2024.
A quantidade sugerida supera os 64 kg trazidos em média pelas missões Apolo entre 1969 e 1972.
"A Lua tem um enorme potencial científico que os astronautas nos ajudarão a aproveitar", disse Thomas Zurbuchen, administrador associado de ciências da Nasa, ao apresentar nesta segunda-feira (7) o informe escrito por cientistas da agência espacial americana e do mundo acadêmico.
No começo de 2021, a missão Artemisa 1 testará o novo foguete pesado SLS com a cápsula Orion sem humanos a bordo. A Artemisa 2 levará astronautas para a órbita da Lua em 2023, mas sem pousar no satélite natural da Terra.
Por fim, Artemisa 3 enviará dois astronautas ao solo lunar, incluindo a primeira mulher, teoricamente em 2024.
A Nasa estabeleceu sete objetivos científicos para a Artemisa 3, como a compreensão dos processo planetários e a origem da matéria volátil dos polos da Lua.
Os astronautas terão apenas 6,5 dias na Lua no máximo e cada minuto contará.
Os autores do informe querem melhorar suas condições de trabalho com relação às missões Apolo, especialmente para ajudá-los a selecionar melhor as amostras mais interessantes.
Diferentemente da última missão Apolo, em 1972, nenhum geólogo fará parte da tripulação.
Portanto, os especialistas incentivam a Nasa a fornecer um link de comunicação de vídeo em alta velocidade para que os astronautas possam receber o apoio de uma equipe de cientistas na Terra.
Também pedem à agência que desenvolva dispositivos científicos que sejam mais leves e capazes de realizar várias medições ao mesmo tempo, com a finalidade de que caibam no módulo de aterrissagem que está para ser construído. Há três projetos de empresas privadas em disputa e a Nasa ainda não selecionou o contrato.
Pergunta-se se não seria boa ideia enviar antecipadamente ao local escolhido os instrumentos científicos, inclusive um gerador de energia, e um rover que, por enquanto, só está previsto em missões posteriores.
Tudo isto servirá para a construção do "campo base de Artemisa", previsto para o fim da década, sob a condição de que o próximo presidente americano, Joe Biden, e o Congresso acordem liberar as dezenas de bilhões de dólares necessárias para o projeto.