Por ass- Sintero
Publicada em 30/12/2020 às 15h59
O secretário de Estado da Educação de Rondônia, Swamy Vivecananda Lacerda de Abreu perde mais uma importante oportunidade de contribuir com a melhoria da qualidade do ensino ao afrontar publicamente a gestão democrática nas escolas e ao tentar minimizar as conquistas alcançadas pelos profissionais da educação através da luta, que às vezes culmina com greve.
Para a Diretoria do Sintero, as declarações do secretário, além de dispensáveis, apenas contribuem para a desmoralização da atual gestão da Seduc, que já conta com diversas trapalhadas e contradições, como os episódios da censura a livros clássicos da literatura e da tabela salarial dos professores, além da falta de transparência na gestão.
Ao proferir declarações inoportunas e inadequadas, o secretário de Estado da Educação ignora, por exemplo, que a gestão democrática possui entre seus princípios a escolha de diretores e vice-diretores de escolas pelos profissionais da educação e pela comunidade escolar, observando critérios como formação, conhecimento e tempo de atuação. Associar a gestão democrática a baixos índices no Ideb ou de aprovação no Enem é tentar ocultar a própria incompetência para gerir a pasta da educação estadual.
O secretário também perdeu oportunidade de falar a verdade quando diz que o Sintero liderou uma greve de 45 dias em 2018 sem resultados para o ensino público e sem benefícios para os trabalhadores. Swamy Vivecananda não disse, no entanto, que a garantia do piso do magistério na carreira dos professores e um valor como base para o salário dos Técnicos Educacionais foram conquistas dos profissionais da educação como resultado da greve. Também se esqueceu de mencionar que essas conquistas, ainda que não representem a valorização merecida pelos trabalhadores, têm reflexo nas demais verbas salariais, como as gratificações.
Durante a pandemia, situação que ainda permanece, os professores fizeram a diferença sem nenhum apoio ou incentivo da Seduc, adaptando a sua atuação tendo que planejar, produzir e oferecer aulas pela internet e atender à comunidade escolar à distância.
O secretário se esforça, sem sucesso, para apresentar inexistentes avanços na educação, mas perdeu a oportunidade de construir uma educação inclusiva no Estado de Rondônia, jogando toda a responsabilidade para os professores.
O ano de 2020 termina sem uma resposta da Seduc aos expedientes do Sintero acerca da destinação das sobras do Fundeb, que em outros Estados e em muitos municípios são revertidas para a melhoria salarial dos profissionais da educação no final do ano, já que as verbas expiram e não podem ser remanejadas para o ano seguinte. O secretário Swamy se nega, inclusive, a divulgar o montante do Fundeb em Rondônia e os valores gastos, bem como sua destinação.
A luta do Sintero na defesa dos trabalhadores em educação é histórica e merece respeito. No entendimento da Diretoria do Sintero, o gestor que desconhece essa luta e as conquistas não merece ocupar o cargo de secretário de Estado da Educação.
A presidente do Sintero, Lionilda Simão, ao demonstrar indignação com as declarações do secretário, disse que a luta dos trabalhadores não vai parar. “Reafirmamos e mantemos o compromisso firmado com a categoria de lutar contra a desvalorização e o menosprezo à educação implantada pela atual gestão da Seduc. Não são declarações desprovidas de conhecimento que vão nos desanimar”, disse Lionilda Simão.