Por RFI
Publicada em 19/12/2020 às 09h08
A Suíça autorizou neste sábado (19) o uso da vacina da parceria Pfizer/BioNTech contra a Covid-19. O país europeu registra todos os dias 4.000 novos casos da infecção e mais de cem mortes.
Nos Estados Unidos, onde a FDA – Administração de Alimentos e Medicamentos – autorizou na noite de sexta-feira (18) o uso emergencial da vacina da Moderna, a empresa de biotecnologia diz estar pronta para começar "imediatamente" a distribuição do produto.
Assim como vizinhos da União Europeia, a federação suíça tem apontado um aumento preocupante de contaminações neste fim de ano.
"Após uma análise meticulosa das informações disponíveis, a Swissmedic concluiu que a vacina Pfizer/BioNTech é segura e suas vantagens são maiores que os riscos", indicou o organismo em um comunicado.
"Conseguimos tomar esta decisão rapidamente, garantindo o respeito às três condições essenciais: segurança, eficácia e qualidade", declarou o diretor da Swissmedic, Raimund Bruhin.
Essa é a primeira autorização de uma vacina contra o coronavírus no pequeno país de 8,6 milhões de habitantes. Desde o início da epidemia, a Suíça registrou 403 mil casos positivos e 6.561 mortes pela Covid-19. As autoridades suíças garantiram o acesso a 15,8 milhões de doses de vacinas, negociadas com três laboratórios diferentes: três milhões com a farmacêutica Pfizer-BioNTech, 7,5 milhões com a Moderna e 5,3 milhões de doses com a AstraZeneca. São necessárias duas doses por paciente para as três vacinas.
O governo suíço anunciou nesta sexta-feira novas medidas para conter a pandemia. A partir de 22 de dezembro, restaurantes, shoppings, ginásios esportivos, academias e outros locais de lazer terão que fechar. As lojas permanecerão abertas, mas com capacidade limitada. As restrições ficarão em vigor até 22 de janeiro.
Nos Estados Unidos, a vacina da Moderna, considerada 94,1% eficaz segundo resultados dos testes clínicos publicados pela empresa, foi aprovada 19 dias depois do pedido de autorização, contra 22 no caso da Pfizer. O produto da Moderna tem uma vantagem sobre o concorrente: pode ser estocado a -20°C, enquanto o imunizante da Pfizer requer cerca de 80°C negativos para manter suas propriedades.
O governo americano já comprou previamente 200 milhões de doses da vacina da Moderna (ante 100 milhões da Pfizer). A empresa de biotecnologia sediada em Massachusetts se comprometeu a distribuir 20 milhões de doses até o final de dezembro, mais 80 milhões no primeiro trimestre de 2021 e os outras 100 milhões no segundo trimestre (ou seja, até o final de junho). Como a vacina é administrada em duas doses com intervalo de quatro semanas, irá imunizar cerca de 100 milhões de pessoas.
"Dias melhores nos aguardam", declarou o presidente eleito Joe Biden, 78 anos, que deve ser vacinado na segunda-feira (21). O principal especialista em doenças infecciosas do país, Anthony Fauci, disse esperar que "todos os americanos tomem a vacina", agora que o país dispõe de dois produtos contra a Covid-19.
Na sexta-feira, o atual vice-presidente, Mike Pence, que vem coordenando a luta contra a pandemia na Casa Branca nos últimos meses, recebeu a vacina da Pfizer, em evento transmitido ao vivo pela TV. "Construir a confiança na vacina é o que nos traz aqui nesta manhã", declarou.
A presidente da ala democrata no Congresso, Nancy Pelosi, 80 anos, também foi vacinada. "Com confiança na ciência, recebi a vacina contra a Covid-19", tuitou.
A pandemia de coronavírus matou pelo menos 1.675.362 em todo o mundo, segundo dados atualizados pela AFP neste sábado (19). Mais de 75.611.670 de casos de infecção foram oficialmente diagnosticados desde o início da epidemia, na China, dos quais pelo menos 48.148.100 são considerados curados.
Os Estados Unidos são o país mais afetado em termos de mortes e casos, com 313.660 óbitos para 17.465.147 diagnósticos positivos, de acordo com a contagem da Universidade Johns Hopkins. Depois dos EUA, figuram nessa lista macabra o Brasil (185.650 mortes e 7.162.978 casos), a Índia (145.136 mortes e 10.004.599 casos), o México (117.249 mortes e 1.301.546 casos) e a Itália (67.894 mortes para 1.921.778 de contaminados).