Por Poder360
Publicada em 19/12/2020 às 09h29
A Comissão Europeia garantiu mais de 2 bilhões de doses de vacinas contra o a covid-19 para o bloco desde junho. Agora, os países tentam definir um plano unificado para começar a vacinação em 27 de dezembro.
O número de doses anunciado é suficiente para imunizar seus 448 milhões de cidadãos duas vezes e ainda sobra para doar para países mais pobres – 5% das vacinas devem ser doadas.
O plano inclui a compra doses da Pfizer/BioNTech, Moderna, Oxford/AstraZeneca, Curevac, Johnson & Johnson, Novovax, GlaxoSmithKline e Sanofi.
“É o momento da Europa. Em 27, 28 e 29 de dezembro, a vacinação terá início em toda a UE“, disse no twitter a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen.
Acordos prévios servem como um adiantamento para os Estados-membros, mas cada país terá de comprar as vacinas por conta própria. A Comissão ofereceu orientações sobre como implementar os planos, mas quem decide a estratégia nacional são os países.
No início da pandemia, uma guerra de licitação para equipamentos de proteção pessoal se alastrou entre os Estados-membros, antes que a Comissão estabelecesse um programa conjunto de compras.
O bloco passou meses tentando definir e aprovar um fundo anticrise para a recuperação pós-covid das economias.
Também houve mais de 1 mês de discussão sobre a proposta da Comissão de simplificar as diretrizes de viagem em torno da quarentena e dos testes.
Mas quando se trata da estratégia vacinal da UE, todos os Estados-membros – juntamente com a Noruega e a Islândia – ficaram do lado de uma maior unidade europeia.
A comissão diz que seu objetivo é garantir o acesso equitativo a uma vacina contra o coronavírus em toda a UE, e é crucial que os países de todo o bloco cooperem e coordenem.
Mas uma abordagem coletiva não será um feito pequeno para uma região que engloba cenários díspares, bem como amplas variantes na infraestrutura de saúde pública e sentimentos antivacinas.
Martin McKee, professor de saúde pública europeia na London School of Hygiene and Tropical Medicine, disse que é uma boa ideia adotar uma abordagem coordenada.
“Não há uma abordagem certa ou errada para os governos tomarem. O que é realmente importante é que cada país tenha um plano publicado”, disse ele.
Enquanto os países planejam a vacinação, eles estão de olho no Reino Unido, onde o imunizante da Pfizer/BioNTech foi autorizado em 2 de dezembro e já está sendo distribuído. Em julho, o governo britânico rejeitou o convite da UE para aderir ao seu regime de aquisição.
A implantação do Reino Unido pode servir como um modelo útil para os países da UE em 2021. Mas alguns já estão avançando com seus próprios planos.
Nessa 3ª feira (15.dez.2020), 8 países – Bélgica, França, Alemanha, Itália, Holanda, Espanha e Luxemburgo (assim como a Suíça, que não está na UE) fizeram um pacto para coordenar suas estratégias.
O plano conjunto facilitará um compartilhamento “rápido” de informações entre cada país e simplificará as diretrizes de viagem para os trabalhadores transfronteiriços, que serão priorizados.