Por G1
Publicada em 04/12/2020 às 14h59
Conduzido pelo Instituto Nacional de Saúde (NIH, em inglês), da Inglaterra, um estudo independente sobre a duração dos anticorpos produzidos pela vacina contra a Covid-19 da farmacêutica Moderna mostrou que a imunidade gerada tem duração de pelo menos três meses após a segunda dose.
Os pesquisadores testaram o nível de dois anticorpos contra a Covid-19 após os voluntários terem tomado as duas doses da vacina e observaram uma queda leve e prevista na imunidade. Mesmo com a queda prevista, os vacinados apresentaram imunidade maior que aqueles que não se vacinaram e tiveram o coronavírus.
Os participantes do estudo inglês agora serão acompanhados por mais 13 meses. O objetivo é observar como a imunidade gerada pela vacina da Moderna se comportará a longo prazo. A expectativa é que a duração seja maior que os três meses já observados.
Publicado no "New England Journal of Medicine" na quinta-feira (3), o estudo envolveu 34 voluntários. Este é o primeiro estudo independente sobre a vacina da Moderna, que é uma farmacêutica americana.
Um estudo em estágio final feito pelos desenvolvedores do imunizante informou no dia 30 que a vacina foi 94,1% eficaz, sem preocupações sérias de segurança. “A eficácia da vacina contra Covid-19 grave foi de 100%”, afirmou a Moderna na publicação.
No dia 30, a farmacêutica americana anunciou que solicitou a autorização para uso emergencial do seu imunizante à FDA, a agência reguladora dos EUA equivalente à Anvisa brasileira.
A FDA informou que agendou uma reunião de seu comitê de vacinas para discutir o pedido da Moderna em 17 de dezembro.
Segundo o "The New York Times", se houver aprovação, já em 21 de dezembro os primeiros americanos podem receber essa vacina.
Na quinta, a Moderna informou que planeja disponibilizar entre 100 e 125 milhões de doses do seu imunizante no primeiro trimestre de 2021. Nos EUA, a expectativa é de produzir aproximadamente 20 milhões de doses até o final deste ano.
Estudo aponta mais de 94% de eficácia
O estudo de fase 3, conhecido como estudo COVE, conduzido pelo laboratório da Moderna envolveu mais de 30 mil participantes. Ele foi baseado em 196 casos – 185 eram participantes do grupo de placebo e 11 no grupo que recebeu a vacina. As únicas pessoas que ficaram gravemente doentes – 30 participantes, incluindo um que morreu – receberam o placebo.
“Esta análise primária positiva confirma a capacidade da nossa vacina de prevenir a Covid-19 com 94,1% de eficácia e, mais importante, a capacidade de prevenir a Covid-19 grave. Acreditamos que nossa vacina fornecerá uma ferramenta nova e poderosa que pode mudar o curso desta pandemia e ajudar a prevenir doenças graves, hospitalizações e morte ”, disse Stéphane Bancel, CEO da Moderna.
Como funcionam as 3 fases
Nos testes de uma vacina — normalmente divididos em fase 1, 2 e 3 —, os cientistas tentam identificar efeitos adversos graves e se a vacinação é capaz de induzir uma resposta imune (ou seja, uma resposta do sistema de defesa do corpo).
ETAPAS: Por que a fase 3 dos testes clínicos é essencial para seu sucesso e segurança
Os testes de fase 1 costumam envolver dezenas de voluntários; os de fase 2, centenas; e os de fase 3, milhares. Essas fases costumam ser conduzidas separadamente, mas, por causa da urgência da pandemia, várias empresas têm realizado mais de uma etapa ao mesmo tempo.
Antes de começar os testes em humanos, as vacinas são testadas em animais – normalmente em camundongos e, depois, em macacos.