Por Geovani Berno
Publicada em 22/01/2021 às 15h55
No dia 27 de janeiro de 2013 ocorria uma das maiores tragédias já vistas no Brasil. O incêndio da Boate Kiss, na cidade de Santa Maria (RS) completa, neste ano, 8 anos de impunidade. Naquela noite de janeiro, jovens universitários comemoravam o acesso ao ensino superior em uma festa na boate quando um integrante da banda que animava o evento fez uso de fogos de artifício fazendo com que o isolamento feito de espuma pegasse fogo, provocando pânico e tumulto e que acabou por matar por asfixia (direta no local e muitos posteriormente) 242 jovens e deixando outros 636 feridos.
Mas, após oito anos de impunidade, os julgamento terão início em fevereiro, apesar do Ministério Público do Rio Grande do Sul ter entrado com pedido de adiamento para que todos os réus fossem julgados no mesmo local e dia. O ministro do Superior Tribunal de Justiça (STJ) Rogerio Schietti Cruz negou os pedidos e um dos quatro réus acusados pelas mortes no incêndio da Boate Kiss, será julgado em data destoante dos outros três. O MP Gaúcho alegava que ao se dividir os julgamentos poderia ocorrer decisões divergentes.
Segundo o Jornal do Comércio, com a decisão, o julgamento de Luciano Bonilha Leão, o único réu que não pediu a transferência de local e será julgado em Santa Maria, deverá ser realizado no próximo dia 16.O Tribunal de Justiça gaúcho determinou que Mauro Londero Hoffmann e Marcelo de Jesus dos Santos serão julgados com Elissandro Callegaro Spohr em data ainda a ser definida.
O jornal também esclarece que Mauro e Elissandro (sócios da casa noturna) e Marcelo e Luciano (integrantes da banda que apresentou show pirotécnico na noite do incêndio) foram denunciados por homicídio duplamente qualificado (motivo torpe e emprego de meio cruel) por 242 vezes e tentativa do mesmo crime por mais 636 vezes, que é o número de sobreviventes identificados.
O que a população em geral quer e, em especial os familiares de todas as vítimas da Kiss, que seja dado um lenitivo da Justiça, ou seja, que os culpados recebam uma condenação justa, tendo em vista o assassinato em massa que provocaram por negligência. Que a punição seja de forma exemplar para que ações iguais a esta nunca mais se repitam.
Outro ponto que é necessário ser levantado é a transformação do local onde funcionava a boate Kiss em um memorial. Já há projeto aprovado, mas não há verba. Que as autoridades públicas tenham um pouco de decência e deem a destinação a este ponto de horrores em algo para ser lembrado para sempre, em memória daqueles que se foram de forma tão trágica, sem direito a despedidas e com requintes de crueldade.
Foto- Geovani Berno