Por Notícia ao Minuto - Portugal
Publicada em 18/01/2021 às 10h40
Steffen Seibert, porta-voz da chanceler alemã, Angela Merkel, disse hoje que a detenção de Navalny foi efetuada "violando os princípios do Estado de Direito", condenando a atuação do Kremlin e exigindo a libertação do opositor do regime russo, após o seu regresso à Rússia desde a Alemanha, onde recuperou de um envenenamento, em agosto de 2020, pelo qual responsabiliza diretamente o Presidente russo, Vladimir Putin.
Seibert reconheceu que o caso Navalny é um "peso para as relações bilaterais" entre a Alemanha e a Rússia, mas evitou revelar a posição de Berlim no debate europeu sobre uma nova possível ronda de sanções contra Moscovo por causa deste episódio.
Seibert disse que a detenção foi "arbitrária", já que o Tribunal Europeu dos Direitos Humanos já julgou os atos pelos quais a Rússia agora acusa de novo Navalny.
"A Rússia prendeu a vítima de um ataque de envenenamento e não os seus perpetradores", explicou Steffen Seibert, dizendo que o Governo alemão exige a "libertação imediata" de Navalny e um "esclarecimento total" da "tentativa de homicídio" contra o líder da oposição russa.
O Serviço Federal Penitenciário da Rússia, que emitiu um mandado de busca e captura contra o opositor do regime russo, em dezembro passado, já pediu aos tribunais para que convertam em pena real a condenação de três anos e meio que foi imposta a Navalny.
Navalni regressou à Rússia depois de quase cinco meses de tratamento médico na Alemanha, após ter sido envenenado com uma substância tóxica de uso militar, ato que, segundo o ativista, foi ordenado pelo Presidente russo, Vladimir Putin.
Em 20 de agosto de 2020, Navalny sentiu-se mal e desmaiou durante um voo doméstico na Rússia, e foi transportado dois dias depois em coma para a Alemanha para ser tratado.
Laboratórios na Alemanha, França e Suécia, assim como a Organização para a Proibição de Armas Químicas demonstraram que esteve exposto a um agente neurotóxico, do tipo Novichok, da era soviética.
As autoridades russas têm rejeitado todas as acusações de envolvimento no envenenamento.