Por G1
Publicada em 19/01/2021 às 15h15
A poucas horas antes do fim, o governo de Donald Trump, dos Estados Unidos, classificou a China como autora de um genocídio contra a humanidade pela forma como reprimiu os muçulmanos uigures na região de Xinjiang, disse o secretário de Estado americano, Mike Pompeo nesta terça-feira (19).
A Secretaria de Estado determinou que os chineses praticaram abusos desde março de 2017.
"Após um exame cuidadoso dos fatos disponíveis, determinei que a República Popular da China, sob a direção e controle do Partido Comunista Chinês, cometeu genocídio contra os uigures predominantemente muçulmanos e outros grupos étnicos e religiosos minoritários em Xinjiang", disse Pompeo em um comunicado.
"Eu acredito que este genocídio está em andamento, e que estamos testemunhando uma tentativa sistemática de destruir os uigures pelo partido-estado chinês", acrescentou.
A medida deverá prejudicar a relação entre as duas maiores economias do mundo.
A determinação aconteceu depois que o Congresso aprovou uma medida, em 27 de dezembro, exige que o governo dos EUA determinasse que algumas das condições às quais os uigures são submetidos, como 90 dias de trabalhos forçados ou outras supostos penas, como crimes contra a humanidade ou um genocídio.
A China construiu complexos em Xinjiang, no oeste do território, que ela descreve como "centros de treinamento vocacional" para erradicar o extremismo e dar às pessoas novas habilidades. Para outros países, como os EUA, são campos de concentração. Pequim nega as acusações de abuso.
A campanha de Biden declarou, antes da eleição de 3 de novembro nos EUA, que o genocídio estava ocorrendo na região de Xinjiang.
A decisão dos EUA não implica automaticamente nenhuma penalidade, mas significa que os países terão que pensar se permitirão que as empresas façam negócios com fornecedores da região de Xinjiang, a principal produtora mundial de algodão. Na semana passada, os Estados Unidos proibiram todos os produtos de algodão e tomate de Xinjiang.