Por Emanuelle Pontes/Secom
Publicada em 29/01/2021 às 08h59
Mesmo diante de um cenário econômico instável marcado pela pandemia do coronavírus, Rondônia continuou em destaque e registrou um crescimento de 5,2%, com um valor de mais de R$ 7 bilhões em 2020 com a exportação agropecuária se comparado com o ano anterior. Um resultado, que embora pareça pequeno, superou a expectativa e garantiu que o Estado não fechasse o ano no negativo, como ocorreu em outras unidades federativas. Isso tudo, graças ao setor do agronegócio que proporcionou uma segurança na economia rondoniense.
O destaque também teve uma forte influência dos programas do Governo do Estado, tais como programas de incentivos tributários, Conselho de Desenvolvimento do Estado de Rondônia (Conder) e Invest Rondônia. Todos desenvolvidos pela Superintendência Estadual de Desenvolvimento Econômico e Infraestrutura (Sedi) em parceria com Secretarias do Estado e entidades.
Para a coordenadora do Invest Rondônia, Glenda Hara, em meio às adversidades, Rondônia continua sendo um Estado muito próspero em razão da forte presença da agropecuária. “Embora seja um percentual um pouco pequeno, fechar com o ano de 2020 crescendo já é um bom resultado. É claro que a gente estimava percentuais maiores, mas ainda assim há muito o que se comemorar, tendo visto que outros estados não conseguiram atingir esse objetivo”, pontua.
No ano de 2019, o top cinco de exportações foi carne bovina, soja, estanho, ouro e milho. Já em 2020, a carne bovina, soja e milho se mantiveram, mas abriram espaço para o algodão e a madeira. Ou seja, de um ano para outro, o estanho e o ouro sumiram do top cinco, dando lugar ao agro com o algodão e a madeira.
Referente ao desempenho da exportação, percebe-se como a agroindústria alimentícia foi forte durante esse período de pandemia, sendo o segmento que menos sofreu com a instabilidade do ano. “Um comportamento observado na sociedade foi o aumento do consumo de produtos alimentícios, podendo perceber nas adaptações na forma de negociar, com o aumento de entregas, e a forma que foi estabelecida a relação comprador-empresário”, acrescenta Glenda.
Inclusive, segundo ela, o índice de desemprego em Rondônia não foi tão forte, mantendo-se em linha tênue, sem muitas oscilações nos gráficos, resultado também do setor de agronegócio. Sobretudo, houve uma demanda grande pela procura de investimentos no Estado devido a existência de muitas opções de lotes e pela incidência de solo fértil. “A carne bovina e a soja são os principais produtos exportados de Rondônia e isso facilitou para sermos atrativos o suficiente e receber mais investimentos”, comenta.
Entre as cidades que mais exportaram em 2020, com o mesmo ranking em 2019, foram Vilhena, em 1º lugar, Rolim de Moura em 2º e em 3º Porto Velho. A liderança de Vilhena tem interferência pela proximidade de outro Estado que de alguma forma possa ter beneficiado as exportações. A carne bovina e a soja são as principais commodities exportadas de Rondônia. Os principais importadores de carne bovina em 2019 foram o Egito, Hong Kong e Chile. Já os importadores de soja foram a Holanda seguido da Espanha. Já no ano de 2020, os principais destinos de carne bovina foram a China, Hong Kong, Egito e o Chile, sendo que o principal importador de soja foi a Holanda.
PROGRAMAS DE INCENTIVO DA SEDI
A Sedi tem atuado em diversas frentes em busca de investimentos para o Estado, apresentando atrativos, como o programa de incentivo tributário, feito em parceria com a Secretaria de Estado de Finanças (Sefin). Como também o Conselho Estadual de Desenvolvimento Regional (Conder) que chega a proporcionar de 85% a 65% de descontos no Imposto sobre Operações Relativas à Circulação de Mercadorias e sobre Prestações de Serviços de Transporte Interestadual e Intermunicipal e de Comunicação (ICMS) aos investidores que vieram instalar suas indústrias no Estado.
Ainda tem o Invest Rondônia, programa ligado ao comércio exterior, que visa fortalecer o relacionamento entre os entes municipais para levantar dados de cada município apresentando opções do que pode ser explorado e oportunidades para potencializar a exportação. O programa está se consolidando no apoio, não só para quem quer exportar, mas para quem pretende investir. “É importante lembrar que essa relação de trazer esse investidor e potencializar nossos produtos no mercado exterior ou até mesmo no mercado nacional, faz com que a gente possa aumentar a renda no nosso Estado, gerar mais empregos e fazer com que a qualidade de vida dos rondonienses melhore. Por que tudo isso acaba sendo uma consequência, então nossa intenção é tornar mais atrativo para conseguir um melhor desenvolvimento econômico no Estado”, comenta a coordenadora da Invest Rondônia.
Futuramente, a Sedi vai dar início ao Programa para Desenvolvimento da Exportação no Estado de Rondônia (Procomex), projeto que visa subsidiar as empresas com potencial para exportação, destacando os prós e contras. Através do diagnóstico de um estudo inicial, o investidor terá uma visão mais ampla do mercado regional.