Por Professor Nazareno
Publicada em 22/01/2021 às 09h04
Uma nação de covardes!
Professor Nazareno*
Graças a Deus o Brasil já começou a vacinar seus habitantes contra a Covid-19. MENTIRA! MENTIRA! MENTIRA! Não houve nenhuma vacinação em massa. Por enquanto, somente pouco mais de 1% dos brasileiros serão vacinados. Não é nem metade do pessoal da linha de frente. O Brasil não tem até hoje, quase um ano após o início desta pandemia, nenhum plano para vacinar seus cidadãos. Não tem, nunca teve e talvez nunca tenha. As poucas vacinas que iniciaram essa grande mentira da vacinação foram conseguidas pelo governador de São Paulo, João Doria. O governo federal não tem uma vacina sequer para imunizar ninguém. Por isso, o Ministério da Saúde confiscou as vacinas da CoronaVac que São Paulo conseguiu da China. O “início” da vacinação foi uma jogada de marketing para inglês ver, pois não há vacinas no Brasil.
De forma vergonhosa, muitos governadores, prefeitos e políticos de um modo geral foram aos aeroportos para receber “a vacina que salvará os brasileiros”. Fotos, otimismo, discursos inflamados, enganação, hipocrisia, mentira, desfaçatez. Pior: de norte a sul do país já houve pessoas que descarada e covardemente furaram a fila para tomar a vacina. “Elizabeth II às avessas”. O escândalo é tanto que o prefeito de Manaus proibiu fotos das pessoas sendo vacinadas para evitar mais vergonhas. Como se não bastassem esses péssimos exemplos, as dificuldades para aparecerem mais vacinas em terras tupiniquins ficam mais evidentes ainda. China e Índia, os dois países responsáveis pela produção de 2/3 dos insumos para a fabricação dos imunizantes, tiveram problemas diplomáticos recentes com Bolsonaro. E há “pendências” no envio desses produtos.
Além dos terríveis problemas do “Holocausto no Amazonas” causados por incompetência das três esferas de poder, especula-se que o angustiante atraso, já sanado, de dois milhões de doses de vacinas da Índia e dos insumos da China se deve ao fato de Bolsonaro, seu filho Eduardo, deputado federal, e o chanceler Ernesto Araújo terem desnecessariamente atacado os chineses numa recente discussão sobre tecnologia 5G. Como visto, Bolsonaro e seus devotos odeiam a China, mas é nesse país do Oriente que está a salvação dos brasileiros. O “Bozo” chamava o produto da China de “a vacina chinesa do Doria”, que foi imediatamente rebatizada para “a vacina do Brasil”. E a reação dos brasileiros a todo este descalabro do Planalto continua sendo a mesma: nenhuma. O Congresso Nacional está de férias. O STF nada disse. E o povo se calou.
A política externa de Bolsonaro é um desastre que além de tornar o Brasil um pária internacional fatalmente vai resultar em muitas mortes em nosso país e ninguém toma providências. Uma nação de covardes, que vê seus cidadãos morrerem pela incompetência dos governantes e se cala. Por tudo isso, Jair Bolsonaro tem que sair do poder para o bem do Brasil. Mas a Câmara dos Deputados não deixa. No entanto, não há maior covardia para com o Brasil e os brasileiros, do que a do atual presidente desta casa legislativa, Rodrigo Maia, o Nhonho. Maia sairá do cargo em fevereiro e coube a ele a façanha de reter pelo menos 61 pedidos de impeachment contra o Bolsonaro. E a covardia continuará: nem o Baleia Rossi muito menos o Arthur Lira, um deles sucessor de Rodrigo Maia, pedirá a saída do “Bozo” que governa desastrosamente o país. Quantos mortos ainda serão necessários para que a “nação de covardes” reaja ao óbvio
*Foi Professor em Porto Velho