Porto Velho, RO – Certamente que quem perdeu a eleição deve ter na ponta da língua quais os nomes seriam perfeitos e irretocáveis para ocupar todos os cargos no novo secretariado do reeleito Hildon Chaves, do PSDB, prefeito de Porto Velho por mais quatro anos.
Se existe uma vantagem em ser derrotado nas urnas, é esta: não ter compromisso algum entre o achismo e a prática. Não existe risco pra quem não tem poder de fato.
Dito isto, a imprensa, por outro lado, tem o condão de avaliar de maneira mais espontânea, objetiva e descompromissada via histórico proporcionado pela realidade.
Por exemplo: é sintomático o fato de que Thiago Tezzari, ex-diretor-presidente da Empresa de Desenvolvimento Urbano (EMDUR), cumpriu – e muito bem –, as tarefas às quais fora incumbido de executar.
Reconhecido como um trabalhador voraz e diuturno, Tezzari não passou muito tempo sem cargo desde a sua exoneração: pouco depois já estava contratado pela Prefeitura de Cacoal para assumir as funções do Serviço Autônomo de Água e Escoto (SAAE).
O convite veio pelas mãos do próprio prefeito Adailton Ferreira Antunes, o Adaílton Fúria.
No lugar dele, assume Edemilson Lemos de Oliviera, conhecido como Edemilson da Dimples, que já foi vereador e ocupou também a titularidade da Secretaria Municipal de Regularização Fundiária, Habitação e Urbanismo (Semur) na era Mauro Nazif (PSB).
Sinceramente? Nazif fez uma péssima administração, logo é impossível sacramentar que a passagem de Lemos pela pasta municipal de assuntos fundiários fora algo significativo o bastante para ser relembrado e exaltado.
A desculpa naquela época era basicamente a enchente histórica do Rio Madeira, que, de fato, abalroou não só a cidade em si, mas a economia do município. Entretanto, agora, neste exato momento, estamos passando por uma das maiores crises sanitárias da história da humanidade e, ainda assim, Chaves conseguiu se desdobrar e promover realizações efetivas.
Quando se tem baliza para comparar fica cada vez mais clara a deficiência daquela gestão à qual Lemos integrou na condição de secretário.
Em suma, terá de se desdobrar à frente da EMDUR para ter condições mínimas de ao menos manter a toada que Tezzari imprimiu no órgão.
Saberemos no decorrer de um ano se a alteração no posto valeu a pena para o tucanato.
Agora, ao colocar um militar de sucesso no comando da Secretaria Municipal de Trânsito, Mobilidade e Transportes (Semtran), o tucano foi sábio.
A conduta do coronel Mauro Ronaldo Flores Correa ganhou a admiração dos policiais militares quando mandatário do Comando-Geral da Polícia Militar (PM/RO).
Essa admiração o elevou até a quinta colocação numa disputa com outros 14 adversários, totalizando a marca de 16,7 mil votos alcançados.
Certamente Flores é o nome com maiores condições de passar uma borracha na tragédia importada por Hildon Chaves no primeiro mandato: Marden Negrão, um fracasso administrativo, ainda ecoa em Porto Velho quanto o assunto é trânsito falido, desorganizado e horroroso.
E também há Vinícius Miguel, cientista político, advogado e professor da Universidade Federal de Rondônia (UNIR). Agora, ele terá a missão de levar serviços públicos e organizar os já existentes em uma área duas vezes maior que o perímetro urbano da Capital.
Tirando Porto Velho, considerado distrito-sede, Miguel precisar dar conta de uma das maiores demandas insolúveis de todos os tempos: tratar os outros 13 distritos com dignidade e eficiência.
Se carregar consigo o viés humanitário que o marcou até agora na vida pública e trabalhar como nunca, além de realizar o trabalho esperado ainda terá condições de sobreviver de maneira autônoma na política, se tornando, daqui a alguns anos, nome fortíssimos para qualquer eixo do parlamento.
Agora só depende dele: mão na massa.
No mais, Hildon não fez grandes mudanças sacramentando a máxima de que não se mexe em time que está ganhando.
Mão na massa, prefeito!
2021 já começou...
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