Por Giliane Perin/Secom
Publicada em 22/02/2021 às 11h28
Desde 2013, cirurgias de captação de órgãos são realizadas pelo Governo de Rondônia, por meio da Secretaria de Estado de Saúde (Sesau) no Complexo Hospitalar Regional de Cacoal. Entre março e outubro de 2020, devido à pandemia do coronavírus, os serviços da Comissão Intra-Hospitalar de Doação de Órgãos e Tecido para Transplante (Cihdott) foram interrompidos e em novembro do mesmo ano os serviços foram retomados.
“A Coordenação Estadual de Transplante, juntamente com a direção do Complexo Hospitalar, atendendo um pedido do governador Marcos Rocha, perceberam que esse serviço não poderia mais ficar inativo, pois as filas de receptores cresceram significativamente. Diante da pandemia, a cirurgia de captação de órgãos aconteceu no Hospital de Urgência e Emergência Regional de Cacoal (Heuro), uma vez que neste momento o Hospital Regional de Cacoal está atuando como uma referência para o enfrentamento da Covid-19”, destacou Leiri Bonet, coordenadora da Comissão.
Neste final de semana, familiares de uma senhora de 54 anos puderam realizar o seu último desejo feito em vida: ser doadora de órgãos. “Diante do diagnóstico de morte encefálica, o filho autorizou a doação dos órgãos, respeitando o desejo manifestado em vida por sua mãe. Em um momento de dor, a chance de salvar outro ser humano traz um pouco de consolo. Acredito que agora os familiares carregam no peito o sentimento de orgulho, por uma heroína que salvou outras três vidas”, destaca o diretor do Complexo Hospitalar, João Henrique Gomes.
Em cirurgia realizada no Heuro, a equipe liderada pelos médicos José Edson Puerari e Alber Pessoa de Figueiredo, puderam captar rins e córneas da doadora. A doação feita em Cacoal pôde salvar a vida de pacientes de Rondônia, Pará e também de Goiás. Doar órgãos pode salvar muitas vidas e por isso o Governo de Rondônia conta com equipes multidisciplinares envolvidas em todo esse processo, desde médicos, fisioterapeutas, psicólogos, enfermeiros e assistentes sociais.
O passo principal para aqueles que querem se tornar um doador é conversar com a família e deixar bem claro esse desejo. Apenas a autorização dos familiares possibilita a doação de órgãos por pacientes que tenham tido diagnóstico de morte encefálica.
No Brasil, segundo o Ministério da Saúde, esse diagnóstico é regulamentado por uma Resolução do Conselho Federal de Medicina, que determina a obrigatoriedade da realização mínima dos seguintes procedimentos: dois exames clínicos que confirmem o coma não perceptivo e ausência de função do tronco encefálico; exame complementar que comprove ausência de atividade encefálica.
“A doação de órgãos é fundamental para a manutenção e crescimento do número de transplantes no Brasil. É maravilhoso ver a recuperação após o transplante, onde o paciente transplantado, literalmente, ganha a vida. Pensamos que as famílias dos doadores sentem-se de algum modo confortadas, pois, no meio de tanta dor, possibilita-se o prolongamento da vida de outras pessoas muito doentes, que, sem o transplante, poderiam vir a óbito em curto espaço de tempo. Por isso, manifeste seu desejo de fazer parte dessa corrente do bem”, reforçou Leiri.